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DEZ ANOS SEM MEU PAI, MEU ETERNO CAMISA 10

1 / outubro / 2025

por Mateus Ribeiro

Parece que foi ontem, mas já se passaram dez anos desde que meu mundo desabou. Era a primeira hora daquela quinta-feira, que acabou se tornando o pior dia da minha vida. Em 1 de outubro de 2015, meu pai, o grande Carlos Ribeiro, faleceu.

Desde que me conheço por gente, ele sempre foi o meu melhor amigo. E boa parte dessa amizade está ligada ao futebol.
Quando eu ainda era criança e mal sabia o que era uma bola rolando, meu pai me levou a um jogo em um clube da cidade. Gol de placa! Papai mal podia imaginar que, a partir daquele momento, o esporte bretão se tornaria nosso principal vínculo. Aliás, passei por lá no último domingo e chorei me lembrando daquela partida.

Ele foi meu primeiro professor. Tudo, absolutamente tudo o que sei sobre futebol, devo a ele. Para a decepção de um santista apaixonado, escolhi torcer pelo Sport Club Corinthians Paulista. Vieram muitos clássicos: em alguns ele sorriu, em outros ficou triste. Mas em todos, vivemos momentos inesquecíveis — como o gol de Ricardinho em 2001 ou o título brasileiro de 2002.

Ao menos torcíamos juntos para a seleção brasileira. Vimos a amarelinha conquistar duas Copas do Mundo. A primeira, realizada em 1994, foi um estágio para mim. Durante aquele mundial, fiquei grudado nele, absorvendo cada detalhe. Nunca esquecerei daqueles dias, nem do álbum de figurinhas que ele me deu. E sempre me lembrarei dele apontando que os nomes dos jogadores búlgaros terminaram em “ov” ou “ev”.

O tempo passou, cresci e aprendi a caminhar com as próprias pernas, mas sempre sob o olhar atento de um pai amoroso. Até que chegou o fatídico 12 de novembro de 2012, quando ele adoeceu.

Mesmo sofrendo por cerca de três anos, nunca deixou a peteca cair e sempre manteve um sorriso no rosto. Até que, em 1º de outubro de 2015, meu velho foi jogar no time dos craques eternos.

A saudade é imensa. O amor também — e é isso que me mantém de pé.

Já se foram 10 anos, mais de 3.650 dias. Não houve um sequer em que eu não pensasse nele. Felizmente, todas as lembranças são boas, e se me arrancam lágrimas, são de emoção.

Se existir prorrogação depois desta vida, espero ter a chance de entrar em campo e encontrar novamente o meu pai, o meu eterno camisa 10. Então, poderemos falar de futebol pela eternidade.

Esteja onde estiver, saiba que te amo para sempre. Obrigado, Carlos Ribeiro. Obrigado, Papai.

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3 Comentários

  1. Angela

    Saudades

    Responder
  2. Renato Pellegrini

    Excelente texto! Meus sentimentos Mateuzera!

    Responder

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