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Fla Flu

PRIMEIRO CAPÍTULO DA DECISÃO

por Fabricio Santos


Analisando o jogo de ontem e verificando as evidências dos últimos dias referentes ao jogo de quarta-feira (08) é possível ter algumas reflexões após essa segunda partida entre Fluminense x Flamengo.

A primeira é que o time do Flamengo, mesmo tendo feito um bom primeiro tempo, está longe de ser esse Flamengo empolgante e vibrante de se assistir. O time até fez um jogo melhor em relação ao jogo de quarta-feira, porém longe de ter o volume e intensidade em relação à temporada passada. Isso é bem intrigante visto que o Mister, como os Flamenguistas se referem a Jorge Jesus, está bem menos vibrante à beira do gramado. Será um indício de saída?

Essa é uma pergunta que não temos ainda uma resposta, porém o time rubro-negro não apresenta o mesmo futebol que até mesmo no pós-pandemia estava vistoso.

Por outro lado, vimos um Fluminense mais ofensivo no jogo de hoje, dominando um segundo tempo quase por completo e não merecendo sair com a derrota, porém futebol não é merecimento e a equipe do Flamengo soube se aproveitar da qualidade técnica superior e num contra ataque conseguiu sair com o resultado final da partida.

Ao sair do jogo de quarta-feira, Jorge Jesus deu parabéns à equipe do Fluminense, mas ao mesmo tempo deixou claro que a equipe tricolor entrou para perder de pouco e acabou saindo com a vitória. Agora a pergunta que não quer calar é qual será o discurso do Mister em relação à partida de ontem?

A equipe rubro-negra entra como favorita na próxima quarta-feira para comemorar mais um título, porém o que cabe ressaltar é a sua postura dentro de campo. Será que veremos um Flamengo mais intenso ou teremos um Fluminense com essa vontade se sobressaindo?

Quarta-feira teremos a resposta, mas fica aqui apenas um registro o jogo está aberto e se a equipe tricolor mantiver a mesma pegada que a apresentada no jogo de hoje teremos um belo espetáculo diminuindo dessa forma o favoritismo rubro-negro para a partida.

AO FLA-FLU, EU VOLTEI

por Zé Roberto Padilha


Eu cheguei em frente ao portão 18
O segurança me afastou latindo
Minha mochila revistou e me barrou
Eu voltei

Nada estava como era antes
Dos anos 70 em que joguei
Policiais, cavalos, seguranças por toda parte
Trocaram Andrade, Adílio e Zico
Por Rômulo, Marcio Araújo e Cuellar

Estava explicado o confronto armado, torcedores revoltados
E eu voltei, ao Fla-Flu eu voltei
Nada estava como era antes
Quase tudo se modificou
Tantos anos se passaram, mas meus netos pediram
Que reabrisse as lembranças depois daqueles portões
E eu lhes dei as mãos
E voltei

Comprei ingresso, a rampa subi devagar
Mas deixei a massa passar primeiro
Passos indecisos caminhei
Todo o passado recordei
E entrei
Ao Fla-Flu com meus netos, eu voltei

Um telão imenso na parede
Roubava cenas do gramado
Meio amarelado pelo tempo
Em preto e branco meus lances nem reprisou
Como a perguntar ao tempo se joguei
E eu falei
Eu voltei


Sem saber depois de tanto tempo
Se um só torcedor, repórter ou vovô
Saberia com quem joguei
E parei

Eu voltei para os arquibaldos que deixei
Eu voltei para os geraldinos que nem encontrei
E chorei com saudades do elástico do Rivelino no Alcir, foi logo ali
da magia e categoria de Paulo César Cajú
E chorei

Recolhi meus netos em silêncio, pela estrada a Três Rios eu voltei,
E voltei porque o Maracanã não era mais o meu lugar

NÃO SE FAZ MAIS FLA-FLU COMO ANTIGAMENTE

por Marcos Vinicius Cabral


Marcos Vinícius

Houve um tempo em que o futebol era romântico e o Fla-Flu era um ai, Jesus.

Não havia cifras exorbitantes, seja nos salários ou nos direitos de imagens dos atletas.

É bem verdade que o futebol se modernizou, basta olhar os estádios que se transformaram em arenas, com gastos surreais, como o Maracanã, que custou aos cofres públicos aproximadamente um bilhão de reais.

Portanto, não seria de se estranhar que alguns entendidos no assunto, chamem os jogadores de guerreiros, gladiadores, soldados… e outras bobagens do tipo.

A coisa se profissionalizou de tal forma que os times entram juntos e lado a lado, tornando-se cada vez mais comum o esfriamento por parte do torcedor.

Não tem mais aquela ovação de ver das arquibancadas o momento mais emocionante (depois do gol, é lógico) de uma partida de futebol: a vez do seu time adentrar o gramado.


Do lado da “tricolada”, o tradicional pó de arroz, marca que caiu no ostracismo assim como o urubu, que era solto no gramado pela “mulambada”.

E um adendo: como era bonito ver os jogadores tricolores entrando no piso verde, tremulando a bandeira gigantesca do Fluminense em ritmo voraz e movimento uníssono.

Como era bonito de ver os rolos de papel higiênico sendo atirados na entrada dos jogadores rubro-negros e as fumaças em vermelho e preto.

Por horas, penso cá com meus botões, que saudades eu tenho do velho “Maraca” e de suas gerais, que eram um atrativo à parte no estádio.

Às vezes (para não dizer sempre e poder corroborar com o ilustre jornalista tricolor Nelson Rodrigues, de que toda unanimidade é burra), meus olhos sangram diante de tal cenário devastador a qual nos encontramos.


O futebol perdeu a sua essência e, com isso, não move com a mesma intensidade essa paixão enraizada dentro de cada um de nós: a paixão de ir ao estádio e torcer pelo seu clube.

É triste mas é a mais pura e profunda realidade.

Quisera eu poder voltar no tempo e colocar tudo no seu devido lugar, de onde nada deveria ter saído.

A começar por essas invenções mal sucedidas de dar números a certos jogadores, como 19, 27, 35, 48… enfim, como são utilizados no basquete.

Os uniformes, cada vez mais sofisticados, absorvem melhor o suor e fazem que o atleta tenha um desempenho satisfatório.

Já os materiais de antigamente, pesado com cada chuva recebida, com o suor mal absorvido e mal costurados, refletem bem tamanha discrepância.

As chuteiras, entorpecidas como o peso de uma pena e multicoloridas como arco —íris no céu cinza após uma chuva, não refletem com o século passado, em que os calos eram minimizados por camadas de ataduras.


A bola, intrinsecamente objeto de desejo (os goleiros querem agarrá-la, os jogadores habilidosos tratam com carinho e os artilheiros colocam ela para descansar nas redes macias do gol adversário), bem revestida e com uma aparência aprazível, não lembra em nada aquela coisa pesada, oca e sem vida.

Os atletas, cada vez mais vaidosos, incrementam cortes de cabelo à la Léo Moura, que fazem mais sucesso do que seu futebol praticado dentro das quatro linhas e com as moças de família.

Ainda há em mim, resquícios da década de 80, quando idas ao velho Maracanã eram tão comuns para um garoto de 10, 11, 12 anos.

E olha que essas idas sempre eram com amigos mais velhos, tricolores, e compelido estava eu, na torcida do Fluminense em algumas ocasiões, para não dizer quase sempre.

Eles (meus amigos de infância), bem que tentaram, mas não conseguiram me transformar em um torcedor do Clube das Laranjeiras.

Se hoje sou rubro-negro, o culpado é meu avô materno José Diniz Cabral, que me ensinou a amar este clube de 122 anos, em uma época que ouvir Valdir Amaral ou Jorge Cury, recompensava a falta de TV.

Com tanta dificuldade e tendo apenas o rádio como único meio de comunicação, éramos brindados com os artistas que faziam do Fla-Flu, um espetáculo.


No gol, tanto Paulo Victor quanto Raul, transmitiam segurança para os torcedores e dificultavam a vida dos atacantes.

Já nas laterais, o Fluminense estava bem servido com Aldo na direita e Branco na esquerda, e o Flamengo com os monstros Leandro e Júnior, titulares daquela seleção fantástica de 82.

Na zaga, Duílio e Ricardo Gomes se completavam assim como Marinho e Mozer se entendiam.

No meio-campo (considerado o setor de criação do time), Andrade, Adílio e Zico foram foras de série, enquanto dava gosto ver Jandir, Delei e Assis, no fino trato à bola.


No ataque, se o tricolor dispunha do poder ofensivo de Romerito, Washington e Tato, o Flamengo vinha com o arsenal de Tita, Nunes e Lico.

Então, era futebol gostoso de se assistir e imagino eu, de se jogar.

Portanto, nos dias atuais, o Fla-Flu se torna um jogo tão simplista que não me surpreenderia com qualquer resultado.

Razoável jogo, pois desejar bom jogo com os atuais jogadores, é pedir demais.

A TROCA

por Sergio Pugliese


(Foto: Arquivo)

Longe das Lei Secas e Choques de Ordem que brotam em cada esquina do Rio, o carioca Rodrigo Duque Estrada, após passear pelas belas ruas de Faenza, pequena cidade ao norte da Itália, onde mora há oito anos, estacionou sua lambretinha vermelha e preta para caminhar e pegar sol no Parque Bucci. Trabalha com gastronomia e eventos no badalado Osteria della Sghisa, dorme pouco e precisava relaxar. Mas alguns metros depois viu um policial, cara de mau, aproximar-se e anotar sua placa. Voltou correndo.

– Oi! Bom dia, senhor! Por que está me multando?

– Porque aqui não é permitido estacionar scooter e motos, só bicicletas. Não viu a sinalização alertando? – respondeu, sem disfarçar a impaciência.

O aviso realmente era gigante e a lambreta descansava milimetricamente sob a placa, ridículo.

– Impressionante como não vi…..distração total – desculpou-se, com um sorriso amarelo.

– Mas um painel deste tamanho? É impossível não vê-lo! – resmungou o guarda Ivan, enquanto prosseguia as anotações.

Realmente era incontestável, indefensável, inexplicável…….

– Só posso pedir desculpas – admitiu, baixinho.

A cara triste do menino do Rio, certamente desenvolvida em mergulhos teatrais, no Tablado, levou o policial a erguer uma das sobrancelhas e observá-lo.

– De onde é?

De onde mais poderia ser? Moreno, recém chegado de uma temporada de surfe na costa francesa, malhadão, sorriso fácil, rato de praia, neto de Dona Inês e, acima de tudo, bom de lábia!

– Sono brasiliano! Vengo da Rio de Janeiro – respondeu, orgulhoso, com sotaque ítalo-carioca.

Quando ouviu “Rio de Janeiro” a sobrancelha erguida deu lugar a um sorrisinho malicioso, reservado aos grandes estrategistas.

– Rio! Praias, belas mulheres e…..futebol! Joga futebol?

Peraí! É até falta de respeito perguntar isso para um carioca da gema, cria da escolinha do Flamengo e ídolo no Maconhão, tradicional campo de soçaite, na saída do Túnel Rebouças. Calma, Dona Inês, o apelido do campo é esse, fazer o quê? Dona Inês Estrada é a avó coruja, fã de carteirinha do moleque. Ela lembrou que o neto também era craque em piruetas e faltava pescoço para guardar tantas medalhas conquistadas na ginástica olímpica do Mengão.

– O futebol é minha paixão e me considero bom de bola, sim – respondeu com a inconfundível marra carioca, ao estilo baixinho Romário.

O policial respirou aliviado com a revelação e guardou o bloquinho no bolso.

– Jura? Que ótimo! E por qual time torce?

Aí, virou bagunça. Ivan deu um braço e Rodrigo abocanhou o corpo todo! Olhos arregalados, como em transe, sacudiu os ombros do guardinha e encarou-o firme antes de gritar, relembrando os velhos tempos de Raça Rubro Negra, no Maracanã: 

– Tifo per il Flamengo!!!! Flamengo fino allá fine!!!! (Torço pelo Flamengo!! Flamengo até morrer!!!).

E emendou.

– Jogo na praia, em salão, cimento, terra batida, paralelepípedo, pé-de-moleque, ladeira…..

Um jogador completo, pensou o fominha Ivan, que construíra um campinho nos fundos de sua casa. E um brasileiro bom de bola por lá, além de levar fantasia às peladas de sábado, ainda colocaria os adversários no bolso. Seria a salvação da lavoura! Então, foi a vez dele, olho no olho, balançar os ombros de Rodrigo e propor, entusiasmado.

– Cavolo! Allora ti lascio il mio numero e vieni a giocare con noi! La multa lasciamo perdere, facciamo finta di niente! L’unica cosa che devi promettere è di venire a giocare nella mia squadra! Ci conto!!! (Puxa!!!! Então deixo o meu número e vem jogar conosco! A multa deixamos para lá!! A única coisa que precisa me prometer é vir jogar no meu time! Te espero!).

Rodrigo carimbou a proposta ali mesmo. Prometeu ficar de olho vivo nas placas e virar garoto propaganda das leis de trânsito. Desculpou-se pela infração e partiu.

Feliz, o guarda Ivan observou sua nova contratação sumir em direção ao parque. Antes de entrar na viatura, retirou o bloquinho do bolso e arrancou a página da multa. Com um sorriso maroto, transformou-a numa bolinha e a jogou para o alto. Na sequência, matou no peito, fez três embaixadinhas e com um chute preciso acertou a pelota de papel dentro da lata de lixo.

HERÓIS DOADORES

por Gerson Tzaravopoulos Gomes


Nosso parceiro, Gerson Gomes fez um gol de placa! Depois de perceber um grande déficit nos Bancos de sangue do país, começou a dirigir uma campanha chamada Heróis Doadores, que correrá todo o Brasil e consiste em incentivar a população a doar sangue.

Iniciada em Natal, no dia 14 de junho, a campanha conta com o apoio dos craques Zico e Júnior, que gravaram vídeos em prol da iniciativa. 

– Quem tem muito tem que dar a que tem pouco! Já dizia minha mãe! – reforçou Júnior.

Neste domingo, as ações serão no Estádio das Dunas, onde Flamengo e Fluminense se enfrentam às 16h. Vale destacar que o rubro-negro apóia a campanha e, antes da partida de hoje, a equipe entrará em campo com a mascote da campanha: a menina Duda, curada de Leucemia há um ano. 

Além disso, o Flamengo doará uma camisa autografada pelos jogadores para sortear entre os doadores, estenderá a faixa da campanha no centro do campo e os vídeos de Zico e Júnior apoiando a campanha será exibido nos telões. 

O próximo passo é trazer a iniciativa para o Rio de Janeiro. Atualmente, o número de doadores no Brasil está abaixo de 2%. O ideal é que 4% da população doe sangue regularmente! Vamos chegar lá!!