Amarildo
DIA DE REI
entrevista: Sergio Pugliese | texto: André Mendonça | vídeo: Simone Marinho | fotos: Marcelo Tabach
Hoje é aniversário de um dos jogadores mais importantes da história do futebol brasileiro! Amarildo, o Possesso, completa 76 anos e, obviamente, o Museu da Pelada não poderia deixar de homenageá-lo.
O craque teve a dura missão de substituir Pelé, lesionado, nos jogos decisivos da Copa de 1962 e o desempenho surpreendente foi fundamental para a conquista do bi mundial! Em quatro jogos disputados, Amarildo marcou três gols, sendo dois diante da Espanha e um contra a Tchecoslováquia, na final da competição.
Por isso, durante um passeio pelas ruas do Rio de Janeiro, Sergio Pugliese bateu um papo com o ex-atacante, que relembrou os momentos mais marcantes de sua bela carreira, desde os tempos de aspirante no Botafogo, passagem brilhante pela Itália, até a aposentadoria no Vasco. A Copa de 1962, claro, também foi assunto da divertida resenha.
Parabéns, Amarildo!!
Foto: Arquivo
A CAMISA DA SORTE
por Wesley Machado
Domingo, de manhã. Era mais uma volta minha à Pelada Antigos Craques, depois de um tratamento mal feito de um estiramento na coxa direita. Da última vez que tinha voltado, ainda não estava totalmente recuperado e joguei mancando. Desta vez, me sentia mais à vontade.
No aquecimento antes de começar a pelada, fui tentado a chutar uma bola de longe, mas resolvi não forçar. Fui escolhido por Rodrigo, dono do Time Verde, o mais badalado da pelada.
O Time Verde ficou bem escolhido. Ainda tinha Zezé, o armador das jogadas; e Davi, um motorzinho, que apóia e volta para ajudar na defesa. Mas perdemos a primeira pelada para um time inferior no papel. Talvez pelo excesso de confiança. Ficamos na cerca. E quando voltamos, foi a minha vez de resolver.
Eu já tinha reparado que toda vez que visto uma camisa do Botafogo não faço gol. Desta vez, relutei em colocar uma camisa do Botafogo. Mas estava frio. E escolhi a de manga comprida. E tive uma ideia. Estrear a camisa do Museu da Pelada, que havia ganhado do Sergio Pugliese.
Coloquei a camisa do Museu da Pelada por cima da camisa de manga comprida do Botafogo. E decidi jogar na frente. Em dois lances decidi a pelada a favor do Time Verde. Dois gols que definiram a partida. Um deles driblando o goleiro. Todos os dois com assistência do garçom Zezé.
Estou até agora curtindo aquela manhã de artilheiro. Não chego nem perto do artilheiro da Pelada Antigos Craques, Juninho, que tem algumas dezenas; mas estou no mesmo ritmo de Thiagão, o rei dos gols de cobertura.
Coincidência ou não, nesta pelada em que marquei dois gols, Jean, que foi pai pela primeira vez recentemente; e Paulinho marcaram seus primeiros gols. Eles que tentavam desencantar há tempo.
Agora dá-lhe gelo, arnica, diclofenaco e até injeção para tratar a coxa inflamada que chegou a ficar com um hematoma. Não sei quando vou voltar a jogar, mas bem que esta seria uma boa oportunidade para eu pendurar as chuteiras. No alto dos meus 35 anos e de bem com a bola.
ME POUPE, MAS NÃO MICALE
por Zé Roberto Padilha
Quando vi esta nova invencionice da CBF, Rogério Micale, anunciado como o novo técnico da seleção olímpica, que não preenche uma só linha nos três quesitos básicos da entrevista para se habilitar a treinador do meu time de pelada, em Três Rios (1- Jogou aonde? Lugar nenhum. 2- Chupou gelo com quem? Com ninguém. 3- Ganhou o quê? Nada, apenas vice-campeonatos, do sub-20 Mineiro, da Copa BH e do Mundial sub-20), apitando treinos de óculos escuros e dando entrevistas de página inteira, no Globo, cheio de teorias e pouquíssimas práticas, não resisti a pesquisá-lo um pouco mais na Wikipédia. Quando acabei, não consegui me conter: Chega, CBF! Me poupe. Mas não Micale. Não subestimem, outra vez, o ouro olímpico no futebol. Este rapaz não tem currículo nem bagagem para tamanha envergadura.
Seria tão simples, justo e correto com a maior paixão do brasileiro, que a entidade que o dirige fizesse o óbvio: concedesse, através da meritocracia, a oportunidade de um treinador vencedor da sua mais importante competição, o Campeonato Brasileiro, dirigir a nossa seleção brasileira. Em 2013, antes da Copa do Mundo, o Cruzeiro levantou o título brasileiro com 11 pontos de vantagem contra o segundo colocado, o Grêmio. Teve cinco vitórias a mais e saldo de 40 gols a favor, contra cinco. Seu treinador era Marcelo Oliveira. Ao anunciar o nome que nos levaria àquele novo vexame em casa, a CBF convidou Luis Felipe Scolari. Seu último trabalho: fora demitido pelo Palmeiras um ano antes ao perder por 3 a 1 para o Vasco, ter conquistado apenas 20 pontos em 24 partidas no Brasileirão e levado seu clube para a segunda divisão, em 2013. Nesse caso, a CBF usou a derrotocracia.
Vem um novo Brasileiro, 2014, e novamente o Cruzeiro se torna bicampeão brasileiro. Seu treinador, Marcelo Oliveira. A CBF se prepara para anunciar o substituto de Felipão. Depois do fracasso da seleção brasileira em 2010, Dunga ficara dois anos sem treinar qualquer clube. Foi contratado pelo Internacional apenas em dezembro de 2012. Após outro fracasso no Brasileirão 2013, demitido após 15 derrotas e apenas duas vitórias, a CBF o anuncia como o substituto de Felipão para a Copa América e as Olimpíadas. Só agora, depois de uma nova derrotocracia, chama o Tite. Justo campeão brasileiro. Mas em vez de colocá-lo para trabalhar, fazer jus ao salário e comando, coloca o cara para viajar pelo país no lugar de dirigir a seleção olímpica. E vocês querem que eu Micale?
Bem, só para não ir muito longe, vou lembrar a vocês: Alexandre Gama também era bom treinador do sub-20. Ganhou alguns títulos de base para o Fluminense. Como este estudioso moço de óculos escuros, ascendeu de repente ao estrelato? De sub para supra! Quando quis enquadrar o Romário, o Baixinho perpetuou uma das suas memoráveis frases: “Chegou agora e já quer sentar na janela?” Gama, lógico, caiu do ônibus e sumiu pela estrada. Romário e o Fluminense seguiram viagem. Vocês acham que este criador de minhocas vai conseguir se impor em meio a este Butantã de cobras criadas? Estou quietinho aqui na minha cidade, mas meu computador, e minha paixão pela bola, me permitem o desabafo: Me poupe, mas não Micale!
DUELO MEMORÁVEL
Há exatos cinco anos, Flamengo e Santos faziam esse jogaço na Vila Belmiro! Mesmo que não torça para esses times, você tem que admitir: dificilmente verá outro jogo no Campeonato Brasileiro igual a esse! No duelo histórico, de nove gols, Ronaldinho Gaúcho e Neymar travaram um duelo particular. Enquanto o primeiro marcou três vezes, sendo um golaço de falta por baixo da barreira, o segundo fez dois gols e participou dos outros dois do Santos.
VOVÔ DO MARACANÃ
No Dia dos Avós, nada mais justo do que uma homenagem para Jankel Schor, o Vovô do Maracanã!