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MESTRES DO SALÃO

por Sergio Pugliese

“Caro Sérgio, estou indo dormir triste e preocupado. Acabo de ler que o Vila Isabel, simpático clube da 28 de Setembro, está atolado em dívidas e encerrará as atividades. Joguei no Grajaú Tênis por oito anos e enfrentei o Vila por diversas vezes, sempre contra timaços. Fiz amigos, como Mazuta, Zé Mário, Bottino e Marquinhos, sem falar nas lendas Serginho, Aécio, Gizo, Celso, Adilson e outros que formaram o melhor time de futebol de salão de todos os tempos. Quem viu, sabe. Não valeria uma pelada de mobilização?”. A mensagem do amigo Luiz Antonio, o Tonico, camisa 10 do Xavier, acendeu o sinal de alerta e fomos nos aprofundar no tema. A conclusão de nosso farejador Reyes de Sá Viana do Castelo foi a pior possível: com o crescimento dos condomínios os clubes de bairro reduziram drasticamente o número de sócios e para sobreviver muitos desmantelaram seus times principais e outros, sem opção, fecharam as portas. Na década de 60 e 70, os campeonatos estaduais pegavam fogo, o nível era altíssimo e os torcedores lotavam as quadras para babar com o talento de Hugo Aloy, do Fluminense, Julinho, do Flamengo, e Edgar, do Imperial. Eram memoráveis clássicos, mas o charme perdeu o fôlego e Jacarepaguá, Canto do Rio, Mackenzie, Manufatura, Bonsucesso, Piedade, Atlas, São Cristóvão, Helênico, Monte Sinai, Vitória, Grajaú Tênis e tantos outros deixaram seus times pelo caminho. 

– O salão era um celeiro de craques e sem qualquer bairrismo os times paulistas, para conquistarem os primeiros campeonatos nacionais, tiveram que contratar cariocas – garantiu o vitorioso técnico Sebastião de Sá-BE TUDO, o Tião Búfalo. 

Para debater a época de ouro dos times de salão, a equipe do A Pelada Como Ela É reuniu para uma resenha, na Associação Atlética Banco do Brasil, na Tijuca, seis jogadores fenomenais, verdadeiras lendas e considerados por muitos especialistas insuperáveis em suas posições até hoje: o ala Serginho, do Vila Isabel, o ala esquerdo Álvaro, do Carioca da Gávea, o ala direito Mauro Bandit, do Vasco, os pivôs Tamba, do América, e Paulinho Careca, do Cassino Bangu, todos da década de 60 e 70, e o beque parado Paulinho Shaolin, do Bradesco, da geração seguinte. 

– Não há similares no mercado de hoje – atestou Tião. 

Três craques do futsal, Sérgio Sapo, Marinho Picorelli e Marcelo Grisalho ajudaram nossa equipe a reunir o grupo. Quando chegamos na AABB, Mauro Bandit já estava lá. Me emocionei ao vê-lo porque já ouvira incontáveis histórias sobre ele durante esse um ano e três meses de coluna: “não há nada igual”, “a bola some em seus pés”, “é um mago”. Mauro Bandit começou no infanto do Carioca da Gávea e passou por Fluminense, Flamengo, Vasco, Palmeiras, Lázio e Ortan, da Itália, Toledo e Interview (pentacampeão), da Espanha, e Maatrich, da Holanda. Aí, estourou o joelho. Em Alicante, criou o primeiro curso de treinadores e se a Espanha hoje é uma potência na modalidade ele é um dos responsáveis. De repente, seus olhos brilharam. Álvaro e Paulinho Careca chegaram! 

– Meus Deus, nunca vi jogadores como eles – comentou, baixinho, para ele mesmo. 

Álvaro foi eleito o melhor jogador do Brasil várias vezes, atuou pelo Flamengo, Vila, Grajaú Tênis, Municipal e seleções carioca e brasileira. Chegou de mochila porque ia bater uma bolinha depois. Paulinho Careca, o mais escrachado de todos, chegou anunciando que nunca perdera para ninguém ali e que no início da carreira amargou a reserva por três anos para o filho do diretor do Grajaú Tênis. Ali todos eram unânimes. Paulinho Careca, Vevé, do Vasco, Tamba e Hugo Aloy estão entre os melhores pivôs de todos os tempos. E olha que Tamba começou como quarto goleiro do Grajaú Tênis. Paulinho Shaolin chegou e foi saudado como o pioneiro na marcação lateral aos pivôs. Mas quando Serginho do Vila surgiu a reverência foi ampla, geral e irrestrita. Serginho, hoje corretor imobiliário, é uma espécie de guru e o ídolo absoluto de toda uma geração. Aproveitou seu prestígio e fez dois pedidos: para a Prefeitura não deixar os clubes de bairro morrerem e a inclusão do futsal como modalidade olímpica. 

Em volta, torcedores da velha guarda não acreditavam no que viam. “Se jogassem hoje todos estariam milionários”, disse o fã Ricardinho. Mas os ídolos também encantavam o menino Gabriel, de 11 anos. Filho de Marcelo Grisalho, ele cresceu ouvindo histórias do pai sobre cada um deles. Quarenta anos depois, ainda ídolos! Não é para qualquer um! Ali, naquela mesa da AABB, estava reunido um time dos sonhos, gente humilde, boleiros de verdade. No fim da entrevista, Álvaro convidou todos para assistirem sua peladinha. Não iam perder essa! Foram em fila, como nos bons tempos. Se apoiaram no gradil e entreolharam-se com enorme admiração. Os mestres do salão estavam em quadra novamente. 


Da esquerda para direita: Tamba, Tião Búfalo, Álvaro, Mauro Bandit, Serginho do Vila, Paulo Shaolin e Paulinho Careca.
 

Texto publicado originalmente na coluna A Pelada Como Ela É, no dia 16 de julho de 2011.

NARRA, PEQUETITO!

No dia 30 de novembro de 1966, no Mineirão, Cruzeiro e Santos se enfrentaram pelo primeiro jogo da decisão da Taça Brasil e a “Máquina Azul” não tomou conhecimento do adversário, adquirindo uma enorme vantagem para a partida fora de casa. Com uma exibição de gala do craque Dirceu Lopes, o Cruzeiro, que ainda contava com Raul, Procópio, Piazza, Tostão, Evaldo e Natal, aplicou uma goleada de 6 a 2 na equipe de Pelé, Pepe, Zito, Gilmar e Carlos Alberto.

No jogo de volta, mesmo podendo perder por até três gols de diferença, a equipe celeste venceu o Santos por 3 a 2, em pleno Pacaembu, e levantou de forma incontestável a Taça Brasil de 1966!

Na festa de 50 anos da conquista, Osvaldo Reis, o Pequetito narrou novamente um dos três gols de Dirceu Lopes no Mineirão, levantou a galera e emocionou o craque celeste! Imperdível!!!

FECHAM-SE UPAS, ABREM-SE CONCAS

por Zé Roberto Padilha


Tem um novo escândalo estampado nas páginas dos jornais e, desta vez, não é desvio de verbas de algum político. Nem outra obra superfaturada da Odebrecht. Tão escancarada e absurda a notícia que nem precisou de delação premiada para ser divulgada. Está escrita com cínica naturalidade e lida com uma passividade maior ainda. Pior: não assustou ninguém a ponto de ser capa da Veja. Incorporou-se de vez ao cinismo coletivo. 

Mesmo com os salários dos servidores públicos do estado atrasados e parcelados, com a maioria das UPAs fechadas, com prefeitos sumidos por todo o país porque não conseguirem pagar o 13º salário, estava lá nas páginas esportivas de O Globo: Conca, um craque de futebol, pois se fosse gênio teria vestido um dia a 10 da seleção argentina, vai receber salários de 2 milhões de reais. Serão 227 salários mínimos para jogar 90 minutos, isto quando o joelho esquerdo duas vezes operado permitir, enquanto um trabalhador brasileiro vai ganhar apenas R$ 880,00 para cumprir sua jornada de trabalho de 44 horas semanais. O Presidente da República, seu vice, ministros de estado e deputados federais, com as responsabilidades inerentes aos seus cargos, receberão R$ 33.700,00. Será que existe um escândalo maior que este?


Então vamos recuar ao tempo do maior ídolo da história do Flamengo, Zico, e comparar sua remuneração com o “candidato a ídolo” que se apresenta e como recebiam os políticos que governavam o país naquela ocasião. Aos 22 anos, no auge de sua forma em 1976, o salário mínimo do país era de CR$ 768,00 e Zico ganhava CR$ 31.000,00. Isto é, 40 vezes o salário do mais humilde torcedor rubro-negro, mas que lhe dava tantas alegrias que a cada partida parecia, de tão feliz que saia do Maracanã, ter ganho sozinho na loteria. O Presidente da República, Ernesto Geisel, recebia soldo de General do Exército, CR$ 16.100,00. O futebol remunerava bem seus ídolos, seus comandantes e, como hoje, maltratava seus operários. Mas a notícia da remuneração absurda do Conca agride a nossa consciência e afasta de vez os arquibaldos, os geraldinos, que já haviam sido vetados na Copa diante do padrão FIFA de cadeiras, camarotes e áreas Vips. Elitizou-se o futebol e sacanearam de vez o bolso e a saúde do pobre torcedor.

Com o salário próximo a realidade do seu torcedor, Zico, ia para sua casa, em Quintino, subúrbio do Rio, com seu Chevette, almoçava no La Mole, levava a Sandra para dançar na New York City Discotheque e fazia suas compras no Porcão como a maioria dos cariocas. Com a carteira assinada, funcionário do clube, não tinha fotos com patrocinador para faltar ao treino da tarde. Ele não perdia um e ficava ensaiando cobranças de faltas à exaustão. Com o absurdo que recebe, Conca teve que blindar sua Mercedes que o levará ao mais sofisticado condomínio do Recreio, vai jantar no Fiorentino, Copacabana Palace e sua aparição mais próxima de um torcedor rubro-negro, a gerar carinho e cumplicidade, não passará dos seus manobristas. 

Só tem uma saída para estancar este novo escândalo, e desta vez nem precisamos do Sérgio Moro: cada um torcedor do Flamengo fará, a partir da primeira rodada, sua delação protestada e não irá aos estádios. Vai pegar seu radinho e ouvir as partidas diante das suas UPAs fechadas. Se o futebol é o ópio do povo, como poderão gritar Mengo! se no lugar do Zico vir a Zica, faltar Captopril, Isordil, a manter vibrando o coração desta nação?


UPA fechada

DOENÇAS DA MINHA GERAÇÃO

por Victor Kingma


Outro dia estava lendo o artigo de um pediatra que mostrava a sua preocupação com o aumento alarmante do índice de obesidade na infância e adolescência nas últimas décadas, conseqüência da inatividade física.

O médico demonstrava ainda a sua apreensão com o aparecimento precoce de várias doenças, como hipertensão e stress, oriundas da era dos computadores, celulares e afins. Então pensei:

– Que doenças atormentavam a infância e a adolescência da minha geração, nos anos 60 e 70,  e de tantas outras do passado?

Talvez uma inflamação no rosto, causada por uma espinha espremida ou, quem sabe, uma passageira verminose, fruto da alimentação com as mãos mal lavadas – prontamente curada por um bom vermífugo caseiro.

Hipertensão precoce, com tantas e saudáveis opções de divertimento, com certeza, não existia.


Obesidade, devido à falta de atividade física, também não. Afinal, gastávamos toda nossa energia correndo atrás da bola, carregando o carrinho de rolimã ladeira acima, após a “perigosa” descida, ou fugindo do pegador, nos piques de rua. Aliás, naqueles tempos, a preocupação de nossos pais quase sempre era outra:

– Menino, como você está magro! Larga um pouco essa bola e vem comer alguma coisa! Tem tomado direito o seu Biotônico Fontoura?

Stress na infância e adolescência daquela época era coisa que nem se ouvia falar. Aliás, nem conhecíamos essa palavra americanizada.

O que de pior podia acontecer e nos deixar emburrados, e não estressados, como a criançada de hoje quando a conexão sai do ar, era ficar de fora das peladas com a molecada do bairro.

Isso quase sempre acontecia quando arrancávamos a tampa do dedão do pé em alguma topada. Nada que não pudesse ser resolvido com a ajuda do providencial mercúrio cromo e um pedaço de pano para cobrir o ferimento. Pelo menos até a próxima e dolorida topada dos pés descalços em alguma pedra ou toco, nos irregulares “estádios” de terra batida.

Gerson

resenha de ouro

entrevista: Sergio Pugliese | texto: André Mendonça | foto: Marcelo Tabach | vídeo: João RGB House | edição de vídeo: Daniel Planel 

 

“Eu jogo bem desde que nasci”. A frase sem nenhuma modéstia não poderia ser de um peladeiro qualquer. Considerado o rei dos lançamentos e um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, Gerson bateu um papo com a equipe do Museu da Pelada no Estádio Caio Martins, durante a final do torneio do Instituto Canhotinha de Ouro


Nascido e criado em Niterói, onde deu os primeiros lançamentos no Campo de São Bento, em Icaraí, o ídolo do Botafogo estava acompanhado do amigo inseparável Luis Carlos. Apaixonada por futebol e com talentos visíveis, a dupla, que também jogava peladas na Praia de São Domingos e em todos os extintos campos de Niterói, passou a jogar no timaço do Canto do Rio. Depois de rodarem por alguns clubes nas divisões de base, chegaram ao Flamengo e, enquanto Gerson decidiu seguir na carreira, Luis Carlos optou pelos estudos.

– Eu não tenho dúvidas que, se ele continuasse jogando, chegaria a seleção! – cravou Gerson.

Em 1959, ao mesmo tempo em que Luis Carlos estudava para se tornar um excelente professor, Gerson encantava a torcida rubro-negra com passes mágicos e lançamentos de cinema, ao lado de Dida, Joel, Carlinhos e Germano, com apenas 18 anos. A passagem pelo Flamengo, no entanto, seria abreviada em 1963. Após uma confusão com o técnico Flávio Costa, o Canhotinha conversou com o presidente Fadel Fadel, que, de cabeça quente, decidiu colocar o passe do jogador à venda.

Após a decisão do presidente do Flamengo, Gerson pegou a lancha de volta para Niterói e encontrou Quarentinha consertando carro numa loja. Explicou a confusão para o ex-jogador, que terminou o serviço às pressas para resolver imediatamente a situação do talentoso meia.

– Ele me levou no Botafogo para conversar com o presidente. Expliquei tudo e fiquei esperando o telefone tocar no dia seguinte. O presidente depositou o dinheiro e passei a treinar no Botafogo. Foi tudo muito rápido! – lembra Gerson.


(Foto: Guilherme Careca)

Arrependido, Fadel Fadel ainda tentou conversar com Gerson para voltar atrás na decisão, alegando ser um mal-entendido, mas não adiantou. Se no Flamengo o menino despontava como um grande talento, no Botafogo o Canhotinha explodiu e ganhou ainda mais projeção. No Glorioso, ao lado de Garrincha, Jairzinho, PC Caju e Roberto Miranda, o “Papagaio”, apelido que ganhou por falar demais, foi bicampeão carioca, além de ter conquistado a Taça Brasil de 1968.

Durante a resenha, o Canhotinha se emocionou ao falar de Jair da Rosa Pinto, Zizinho e Didi, seus grandes mestres no futebol. Apesar de ter sido companheiro de equipe apenas do último, Gerson revelou que eles eram suas referências no futebol e procurava se espelhar.

– O Zizinho jogou com meu pai e ele me dava as dicas após os jogos. Os jogadores de hoje em dia não têm mais essa referência. Os treinadores, com todo respeito, não tiveram a vivência e não jogaram a mesma coisa que esses caras!

Além disso, o Papagaio lamentou o fato dos jogadores de hoje em dia não sentirem falta dessas referências e não mediu palavras para comparar o futebol “moderno” com o do passado.


(Foto: Guilherme Careca)

– Antigamente era muito mais romântico, hoje em dia eles não sentem nada! Eu não entraria na seleção do Tite por vergonha! Quando alguém me diz que o Garrincha não jogaria o futebol de hoje por causa do físico, eu levanto e vou embora!

E o Canhotinha não parou por aí:

– Futebol não se aprende, se aperfeiçoa. Jogador de futebol é igual pintor, nasce com o dom! Se não sabe jogar, vai dar bico, carrinho, coisas que a gente vê por aí!

A exigência do Canhota não é por acaso. Por onde passou, o craque consagrou os atacantes com seus lançamentos precisos e encantou a torcida com um toque diferenciado. Depois do Botafogo, Gerson se transferiu para o São Paulo e ajudou o clube a conquistar o bicampeonato paulista, já com quase 30 anos de idade.


Além de ter sido convocado para a Copa do Mundo de 66, quando atuava pelo Botafogo, foi peça fundamental na conquista do tricampeonato mundial, em 70, marcando, inclusive, um belo gol na decisão contra a Itália.


– A seleção de 58 era tecnicamente melhor, mas a de 70 era muito mais organizada taticamente. A base foi montada dois anos antes.

Embora tenha recebido propostas milionárias do Milan e do Bologna, o Canhotinha nunca jogou fora do Brasil. Encerrou sua carreira no Fluminense, time do coração, em 74, tendo conquistado o Carioca de 73.

Como os craques costumam ser perseguidos pelos marcadores, às vezes com pontapés, Gerson admitiu que não deixava barato. De acordo com o Canhota, ninguém gosta de apanhar.

– Eu não dava pontapé em ninguém, mas não gostava de levar. Como sempre tinha um atrevido que dava, eu não deixava barato. Aprendi que bola dividida é terra de ninguém, quem chegar primeiro leva!


No início da carreira, no Flamengo, foi escalado para marcar Garrincha. Embora tenha resistido inicialmente à orientação do treinador, teve que exercer a função, perdeu de 3 a 0 e ainda saiu como “joão” do Garrincha. Mesmo assim, não apelou para os pontapés.

Depois de se aposentar, Gerson passou a se dedicar às peladas que, de acordo com ele, são muito melhores que as partidas profissionais pela resenha, provocação, churrasco, chopp, entre outras coisas.

– Futebol é minha praia! Parei de jogar depois que operei a coluna, com 60 anos. Sinto muito de não poder mais bater minhas peladas.


Além das peladas, Gerson também sente falta dos extintos pontas no futebol. Peças fundamentais e consagradas pelos lançamentos do Canhotinha, os jogadores que atuam pelas beiradas do campo, dando velocidade ao time, são cada vez mais raros.

– Ter os pontas abertos facilitava o trabalho do meia. O meia precisa dar um lançamento pra um cara rápido, isso surpreende o time adversário! Hoje em dia, os pontas são escalados pra marcar o lateral.

A resenha divertidíssima só chegou ao fim porque Gerson teve que entregar a premiação para os meninos que disputaram o torneio da sua bela instituição em Niterói.