JOGO DAS ESTRELAS
Zico posa com a camisa em homenagem a coluna número 200 da Pelada Como Ela É.
Como ocorre anualmente, amanhã é dia do Jogo das Estrelas! Organizada por Zico, a pelada no Maracanã, que é considerada a maior do mundo, contará com a presença de grandes craques do presente, como Neymar, Renato Augusto e Falcão, do futsal, e do passado, como Cláudio Adão, Renato Gaúcho e Júnior!
As entradas podem ser compradas nas bilheterias do Maracanã e no site Futebolcard. Os bilhetes para os setores Norte e Sul custam R$ 20, e o Leste, R$ 40, todos com meia-entrada. Aproveitando o contexto, o Museu relembra uma resenha divertida com o Galinho, que exaltou a importância das peladas!
VOA, POMPÉIA
Ter um texto de Joaquim Ferreira dos Santos no Museu da Pelada é para as trombetas soarem por uma hora e o tapete vermelho esticado para que ele possa desfilar sua categoria. Somos muitoooo fãs dele e sua mais recente obra, a biografia do colunista Zózimo, é um primor. Abram alas que Joaquim vai passar!!!!!!
por Joaquim Ferreira dos Santos
Não foi o melhor goleiro, mas tinha estilo.
Já que aqui no Museu da Pelada não se fala em outra coisa, bola de um lado para o outro, lembranças de todos os craques, abro o jogo e mostro o que carrego na caixinha de surpresas. Minha escola de texto e criação foram as quatro linhas. Aprendi com Pompéia, um goleiro do América no final dos anos 60, e só muito tempo depois confirmei nos perfis do Gay Talese, nas modulações do gogó de Roberto Silva, nas trufas brancas dos pratos do Gero. Sem estilo a vida não tem graça. Faça a coisa certa, mas ponha uma assinatura. Molho. Veneno. Maldade. O tal diabo que mora nos detalhes.
Pompéia me veio antes de todos os sabichões das redações, de todos os comunicólogos de plantão, e aqui, já que ninguém se lembra mais, faço-lhe a oração de graças. Que Deus o tenha em conforto ali onde a coruja dorme, na última gaveta, na forquilha, na santa paz dos meus heróis formadores de opinião. Não era um grande guarda valas. Um goalkeeper que jamais chegou à seleção. Médio. Rogério Ceni nunca ouviu falar nele. O hall da fama no Maracanã com certeza não prevê qualquer busto nem lhe tem os moldes da mão para imortalizar. Foi grande para as minhas convicções, especulações e crenças no destino profissional. Ele fazia ao seu jeito, este é o ponto. Como Sinatra na canção.
Osni e Pompéia. Crédito: Arquivo Público do Estado de São Paulo.
Pompéia era um sujeito magro, mulato, alto, e aos meus olhinhos infantis suas defesas espetaculares impressionaram primeiro do que qualquer outra forma de arte. Antes mesmo do plano seqüência do engarrafamento do Godard no “Made in Usa”, antes ainda de ver a arquitetura do Hundertwasser em Viena, antes de pensar que suas lições mais tarde me seriam o caminho para ganhar o pão. Antes de eu começar meu próprio jogo Pompéia mostrou que era por ali. A vida sem enfeites é muito aborrecida. Bolo sem cereja. Os Beatles sem os terninhos de gola redonda. Um beijo de boca fina. Crônica sem fecho de ouro. Sexo em silêncio. Uma garota moderna sem tatuagem.
Pompéia, o goleiro do América que não sai nos álbuns de figurinhas nem é citado por qualquer doutor da crônica esportiva, me mostrou que fazer, depois de um bocado de treino, todo mundo acaba fazendo. Jogar se faz jogando. Mecânica esportiva. Ele me mostrou que bom mesmo é tentar fazer diferente. O passe de 40 metros do Gerson, a folha seca do Didi, a pedalada do Robinho, o fingequevai-e-vai do Garrincha, a bicicleta do Leônidas, o senta a pua do Pepe, o drible da vaca do Pelé, o sem pulo do Bebeto, o três dedos do Dunga para o Romário naquele jogo contra o Camarões nos Estados Unidos e o biquinho do Romário para o fundo das redes. Junte essas jogadas a uns acordes do Tom, umas curvas do Niemeyer, uns bisturis do Pitanguy e a introdução do Dom Casmurro – e eis o que temos de mais genial em 500 anos de civilização.
Pompéia errava muito, nunca chegou aos pés da leiteria do Castilho, à frieza de Gilmar ou à sorte de Taffarel nos pênaltis. Seu grande trunfo era o medo de todo artista – que a platéia morresse de sono na arquibancada. Qualquer bola que lhe vinha à meta era motivo para que Pompéia se atirasse sobre ela com estardalhaço, como se gritasse olha como eu sei fazer o meu trabalho. Sempre que vejo um filme de Brian di Palma, Caetano cantando, uma crônica de Rubem Braga, me baixa a figurinha do Pompéia praticando uma ponte, que é como a gíria dos moleques reconhece aqueles pulos dos goleiros para cair com a bola abraçada. As pontes de Pompéia foram minhas primeiras aulas de redação. Aprendi depois a desprezar os adjetivos, apostar na força dos verbos e substantivos, escolher as frases afirmativas ao invés das negativas, abreviar o máximo, ser objetivo, evitar os gerúndios, não superescrever. De resto, devo tudo ao Pompéia.
Talvez ele perfumasse a flor, como dizia João Cabral de Melo Neto, por sinal americano. Talvez adornasse demais o estilo para esconder suas falhas, mas até nisso havia sabedoria. Nem todos podem ser o Yashin, o ‘aranha negra’ russo, técnico, enxuto, que deslumbrou o mundo nos anos 60. Nem todos podem ter o reflexo do Banks na cabeçada do Pelé em 70. Descubra o seu jeito de botar os cornos acima da manada, parecia dizer Pompéia ao menino suburbano que aprendia as primeiras letras. O chute do atacante vinha fraco e rasteiro? Não importava. Pompéia, de olho na posteridade do registro fotográfico, nem aí para os riscos de um frangaço, ia em cima como se a bola viesse sempre carregada com a mesma manha de efeitos daquela que o Ronaldinho colocou de falta sobre o goleiro da Inglaterra no Japão. Era a sua marca. Parecia se divertir no trabalho. Era o que editores afirmam procurar no particular dos textos, uma voz que o destaque da multidão dos outros.
Pompéia, no espetáculo de suas pontes, foi único e aqui beijo-lhe as luvas, lavo-lhe as joelheiras em reverência de aluno. Ele queria fazer bonito, no capricho, com estilo e sem a mesmice dos colegas que simplesmente ‘ encaixavam o balão de couro’. Esparramava no Maracanã o mesmo vôo dasborboletas que o poeta Augusto Frederico Schmidt dizia ser necessário salpicar entre os parágrafos de qualquer obra. Grande Pompéia. Sabia que futebol e poesia jogam no mesmo time.
SHOOT THE DOG
Beckham, Colina, Owen e Seaman: cena clássica do clipe “Shoot the Dog”
O mundo da música pop foi pego de surpresa com o anúncio do falecimento do cantor britânico George Michael. O artista, que ficou conhecido por fazer parte do Wham! antes de seguir carreira solo, tinha 53 anos e era um dos maiores ativistas em defesa dos direitos do homossexuais e minorias. Torcedor do Manchester United, George Michael gostava de futebol e em uma música, Shoot the Dog, de 2002, faz alusão à Copa do Mundo daquele ano na letra e no clipe.
A música, que fala da relação de alguém que abaixa a cabeça para o que o outro manda, era uma indireta para a relação, na época, que o primeiro ministro do Reino Unido, Tony Blair, tinha com o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Na letra da música, tínhamos o seguinte trecho:
I wanna kick back mama
And watch the World Cup with ya baby
A tradução é simplesmente a seguinte:
Eu quero responder à mamãe
E assistir à Copa do Mundo com você baby
Ao contrário da letra, que deixava muitos assuntos nas entrelinhas, o videoclipe foi mais na cara: feito em ótima animação, George W. Bush transformava Tony Blair em seu cachorrinho, literalmente, além de tentar forçar os costumes norte-americanos para o inglês.
Ingleses assistindo a Copa do Mundo pela televisão
O videoclipe tem dois momentos onde o futebol aparece. No primeiro, o mais rápido, três pessoas estão no sofá da sala, assistindo televisando e zapeando no controle remoto. Em um dos canais, aparece David Beckham e Michael Owen fazendo embaixadinhas em plena Copa Japão e Coreia do Sul, realizada em 2002.
Já no segundo, o mais longo, ao mesmo tempo em que a letra fala o que está citado acima, aparecem novamente Beckham e Owen, mas George W. Bush, com uniforme de futebol americano, invade o campo, rouba a bola esférica e a transforma em oval, como na modalidade muito popular nos Estados Unidos.
Em seguida, aparece o árbitro italiano Pierluigi Colina, que era considerado o melhor da época, e dá um cartão vermelho para o presidente norte-americano. Encerrando a cena, vem o goleiro titular da Seleção Inglesa, David Seaman, aos prantos, em uma clara alusão ao gol sofrido nas quartas de final da Copa do Mundo, feito por Ronaldinho Gaúcho, em uma cobrança de falta da intermediária. Naquele jogo, o Brasil, que foi o campeão, eliminou a Inglaterra do Mundial.
George Michael marcou época na música pop e na defesa dos direitos das minorias. Porém, o uso constante de drogas o fez se afastar dos palcos por muitas vezes e agora, infelizmente, será para sempre. Mas suas músicas sempre serão lembradas por todos os fãs.
Texto publicado originalmente no site O Curioso do Futebol.
Família Lemos
chuva de gols
entrevista: Sergio Pugliese | texto: André Mendonça | fotos: Marcelo Tabach | vídeo e edição: Daniel Perpetuo
Se o Barcelona desembolsou um “caminhão” de dinheiro para poder contar com o ataque MSN, formado por Messi, Suarez e Neymar, Augusto e Edith precisaram de apenas três noites românticas para formar um trio de grandes artilheiros! Quis a genética que eles fossem pais de César Maluco, segundo maior artilheiro da história do Palmeiras, Luizinho Lemos, que marcou mais de 300 gols pelo América-RJ e Caio Cambalhota, goleador de Flamengo, Botafogo, Bahia, entre outros times. Três craques que vestiram a camisa 9 do Flamengo. Isso sem contar com os outros dois filhos que também foram jogadores: Marcos Neném e Paulinho Lemos, o primeiro jogador a se aposentar profissionalmente.
Por conta da genética privilegiada, os irmãos bons de bola não tiveram dúvida nenhuma para responder qual é a família mais artilheira do mundo:
– Não tem como comparar! Tem muito gol aqui nessa Família Lemos! – esnobou Luizinho.
Vale lembrar que, alguns dias antes, numa resenha divertidíssima na Barra da Tijuca, Eduzinho Coimbra afirmou a mesma coisa, se referindo a sua família, com os irmãos Zico e Antunes. Quando foram informados da opinião de Edu, os irmãos retrucaram de bate-pronto!
– Ele falou isso? Vamos marcar um duelo entre a Família Lemos x Família Antunes! Duvido a gente perder! Três pra cada lado! O desafio está lançado! – gritou César, para gargalhada de todos!
Em pé: Paulinho e Marcos Neném
Sentados: César Maluco, Luisinho Lemos e Caio Cambalhota
Reunir os cinco irmãos da Família Lemos não foi uma tarefa fácil, mas os “arqueólogos” do Museu não medem esforços para irem em busca da poesia perdida do futebol, ainda mais se a missão for encontrar craques de uma das posições mais carentes do futebol brasileiro. Missão cumprida, conseguimos nos reunir no aconchegante Campo de São Bento, em Niterói. Claro que Alexandre Niemeyer, do Canal 100, também marcou presença e lembrou momentos marcantes dos craques flagrados pelas lentes do canal. O Museu também convidou duas pessoas para participarem do histórico encontro, o Márcio Figueiredo, seguidor assíduo de nossa página, no Facebook, e o jornalista Fernando Bidú, que nos enviou a sugestão para localizarmos Luizinho, atualmente morando na Arábia, mas de férias no Rio.
O encontro era tão esperado que ao entrarem no prédio de Caio Cambalhota, em Icaraí, todos, ansiosos, correram para o elevador, acompanhados de César Maluco, e se espremeram ali, como sardinhas, sem perceber que haviam excedido a carga máxima permitida. Resultado, o elevador parou. Alexandre Niemeyer foi logo avisando que era claustrofóbico e Márcio começou a esmurrar a porta.
– Aperta o botão de emergência, aí!! Não vou aguentar ficar aqui muito tempo! – gritou.
Em pé: Paulinho, Marcos Neném, César Maluco e Maria da Glória.
Agachados: Caio Cambalhota, Luisinho e Natasha Lemos.
César Maluco, com a frieza dos grandes atacantes, apertou um dos botões, deu um leve empurrão na porta e ela abriu-se. Gol!!!! Mais um para conta do craque! Passado o susto, conhecemos toda a família Lemos e fomos caminhamos com os irmãos até o Campo de São Bento. Ali, a resenha comeu solta! No caminho, foram contando um pouco das trajetórias e na hora da gravação César Maluco deu uma de “repórter por um dia” e comandou a entevista.
Irmão mais velho, surgiu nas divisões do Flamengo e se profissionalizou pelo clube em meados de 1965. Se transferiu para o Palmeiras e lá ganhou o apelido de “maluco” por seu estilo nervoso dentro de campo e, principalmente, nas comemorações de gols, quando subia no alambrado e tirava a camisa.
– Cheguei a São Paulo com muita garra e muita vontade de mostrar meu trabalho! Substituí o Tupãzinho, que se machucou logo na minha primeira semana, e não saí mais. Gostava de subir no alambrado, bebia a cerveja do torcedor, por isso me deram esse apelido! – disse um dos maiores ídolos e artilheiros do Palmeiras, com 180 gols.
Em seguida foi a vez do tímido Paulinho Lemos, que poderia seguir o mesmo caminho dos irmãos artilheiros, se não sofresse uma entrada desleal que rompeu totalmente seus ligamentos do joelho e interrompeu sua carreira precocemente. Por ser muito organizado e ter pedido para todos os clubes assinarem sua carteira de trabalho, foi o primeiro jogador a se aposentar profissionalmente.
– Ia fazer um golaço! Balancei pra cima do marcador, mas demorei a chutar, aí ele veio de carrinho e estourou tudo! Mesmo com pouco tempo, consegui marcar meus golzinhos!
O terceiro a ser apresentado foi Marcos, o Neném. Embora não tenha alcançado o mesmo sucesso dos irmãos artilheiros, se orgulha de ter marcado Garrincha, num jogo comemorativo, e garante não ter feito feio.
– Não era fácil passar por mim! Mas ele era fera demais! – lembrou o ex-lateral.
Antes de ser perguntado, José Carlos da Silva Lemos, o Caio Cambalhota, já foi explicando a razão ao apelido. Durante uma partida entre Flamengo e Bangu, no Maracanã, aproveitando o rebote de Ubirajara, o artilheiro foi mais rápido que o goleiro e mandou a bola para o fundo das redes. Para não cair em cima do fotógrafo, posicionado atrás do gol, e quebrar sua grande lente, Caio improvisou e deu uma cambalhota para delírio da galera. Da cabine de rádio, o locutor Waldir Amaral não titubeou.
– É o homem da cambalhota!!
O apelido pegou, claro, e as cambalhotas viraram marca registrada após seus gols. Com passagens por mais de 30 clubes, entre eles Botafogo e Flamengo, o tricolor de coração não se conforma com a situação atual do futebol brasileiro.
– Temos que viver de recordação! Não temos mais ídolos! Os jogadores mal se falam, só ficam conectados no celular e com aqueles fones de ouvido gigantes! Também não tem mais amizades com os jornalistas. Acabou tudo isso! – lamentou.
Criado nas divisões de base do Botafogo, Cambalhota foi transferido para o Flamengo em 70 e não esconde a satisfação por ter vivido três gerações do clube. A primeira, com Buião, Nei e Fio Maravilha, a segunda com Paulo Cézar Caju, Zé Mário, Vanderlei Luxemburgo e Doval e a última com Luizinho, seu irmão, Zico e Luiz Paulo. Em 1976, recebeu uma oferta do Atlético-MG e se mudou para Minas Gerais, onde atuou ao lado de Reinaldo, o Rei!
Por fim, foi a vez de Luizinho, que chegou a ser comparado com ninguém menos do que Pelé, no início da carreira, na década de 70. Poucos sabem, mas antes de se profissionalizar pelo América-RJ, seu clube de coração, teve uma passagem pelo aspirante do Vasco. No Mecão, foram 311 gols e a eterna disputa com Eduzinho Coimbra para saber quem é o maior artilheiro do clube. Depois teve uma grande passagem pelo Flamengo, onde balançou a rede mais de 90 vezes! A boa média de gols garantiu a Luizinho o terceiro lugar na lista de maiores goleadores, embora o craque garanta que marcou mais que Roberto Dinamite e só Zico o supera.
– Nossa família é muito respeitada em Niterói! Os três vestiram a camisa 9 do Flamengo. Tive a felicidade colocar meu pé na calçada da fama do Flamengo e do Maracanã.
Luizinho não escondeu a admiração que tinha pelas imagens do Canal 100.
– Eu dormia em todos os filmes e minha namorada ficava puta da vida! Mas quando assistia o Canal 100 eu ficava ligado! As imagens eram pretas e brancas, mas a qualidade era excelente!
Depois do encontro, os irmãos arrumaram as malas e se despediram. As reuniões entre eles também são raras. Enquanto César vive em São Paulo, Luizinho mora na Arábia, onde trabalha como treinador. Caio Cambalhota entrou no prédio, Alexandre Niemeyer sumiu em sua moto, Fernando Bidú, emocionado, agradeceu a oportunidade de ver os ídolos de perto, e a rapaziada do Museu parou num boteco para brindar mais um gol de placa.
FELIZ NATAL
O modelo do cartão de Boas Festas do Museu da Pelada não poderia ser um Papai Noel tradicional porque o bom velhinho não tem pinta de já ter batido uma bolinha. Então usamos a foto do craque Bruno Senna feita para a Revista do Cruzeiro (Valeu, Jihan Kazzaz!!!), onde Natal, lendário ponta-direita, posa apontando para o próprio nome. Nada mais justo do que usar um jogador, pois foram as histórias deles que deram visibilidade ao Museu nesse primeiro aninho de vida. No Museu, o protagonismo é do jogador, de todos eles, afinal se o Zico fez o gol de cabeça foi porque alguém lançou. E é justamente essa a mensagem de fim do ano do Museu. Um mundo sem protagonistas, sem falsos líderes, sem o ultrapassado “sabe com quem está falando?”. Desejamos um mundo em que todos toquem na bola, sem discriminações, sem vaidades. A importância de cada um deve ser reconhecida. Em 66, quando Natal surgiu acompanhado pelos desconhecidos Dirceu Lopes, Tostão, Evaldo e toda a tropa cruzeirense desbancaram o todo-poderoso Santos, de Pelé, com uma goleada e levaram a Taça Brasil. Ninguém quer ser rei. Ter o trabalho reconhecido, valorizado, já é um grande passo para vivermos num mundo mais justo. Feliz Natal e um 2017 fenomenal são os votos da Equipe do Museu da Pelada!