A FÚRIA DOS CORAÇÕES DOS MENINOS DA VILA
por Marcelo Mendez
Então passa das duas da manhã e eu não consigo sequer encostar na cama para dormir.
Algumas horas atrás, um grupo de meninos vestindo a camisa branca do Santos, honrou toda a tradição que nela existe e amassou o Grêmio na Vila Belmiro. Um clássico 4×1 para botar o Peixe em uma histórica semifinal de Libertadores da América. Foi contagiante e não poderia deixar de ser. Vejamos:
Alvares Azevedo, lendário poeta e escritor Brasileiro, aos 18 anos de idade, conheceu uma linda menina que tocava Lira, se apaixonou e por conta disso, revolucionou a Literatura Brasileira e escreveu o clássico A LIRA DOS VINTE ANOS, trazendo pela primeira vez o cotidiano para dentro da poesia Brasileira. Aos 20, teve uma tuberculose, partiu muito cedo.
Mas só a fúria santa de um jovem de 20 anos poderia escrever um clássico desses, ou outro seu como Noites na Taverna.
Há nos olhos da juventude uma volúpia, um fogo que incendeia todas as convenções, todos os padrões, toda a previsibilidade careta das análises conservadoras. Antes do jogo, alguns Companheiros de ofício, baseados em sei lá o que, cravavam que o time instável do Grêmio iria na Vila Belmiro para apenas cumprir um protocolo. Venceria e segundo estes, já deveria pensar, pasmem, na final do campeonato!
Mas eis que chegam os Meninos da Vila para entortar o verso carola de vocês.
O Santos passou por tudo em 2020. Teve demissão de treinador, crise de Covid, quase falência, jogadores indo embora, impeachment de Presidente, punição da FIFA impedindo o clube de fazer contratações, tudo! A única coisa que o Santos não perdeu foi a beleza da fúria dos corações de seus meninos de quase vinte anos.
Jogadores como o goleiro John, o atacante Kayo Jorge, o meio campista Diego Pituca, o zagueiro Laércio, tão pouco se fodendo se um disse isso, se outro disse aquilo outro, das previsões e análises. Eles sabem que tem o campo pra fazer valer seus desejos, que terão 90 minutos para provar que a juventude de seus sonhos, que aquele ímpeto santo que tem no sonho de um menino que busca pelo seu primeiro beijo na boca, pode tudo, muda tudo, supera o que precisa ser superado para fazer valer a alegria, combustível vital para o sucesso dessa rapaziada.
O Santos está classificado para a semifinal da Libertadores, claro, por méritos do trabalho de uma comissão técnica que se adaptou maravilhosamente bem a uma realidade que escancarou sua porta, por um grupo de jogadores que comprou a ideia dessa comissão, mas principalmente por não ter medo de viver a doce aventura de despejar suas metas, no coração de um grupo de meninos que hoje comanda Vila Belmiro. E foi muito bem nisso por uma razão muito simples, caro leitor.
Nada no mundo é mais lindo do que um jovem Coração em Fúria.
O ERRO DO GÊNIO – PARTE 2
por Luis Filipe Chateaubriand
Que Romário foi um jogador espetacular, um artilheiro como pouquíssimos, o gênio da grande área, como Cruiff o batizou, não há dúvidas.
Mas nosso craque cometeu outro erro crucial na carreira.
Aos 28 anos, no esplendor de sua forma física e técnica, resolveu voltar a jogar no Brasil, “abrindo mão” de atuar na Europa.
Do ponto de vista sentimental, é compreensível: o mancebo queria estar com sua gente, com as praias cariocas, com o futevôlei, com as belas mulheres, com a noite efervescente e com a cultura carioca ímpar.
Mas, em termos de carreira, fez um péssimo negócio.
Imagine Romário ficando mais uma quatro ou cinco temporadas no futebol europeu.
Quantas Bolas de Ouro ganharia?
Quantas Chuteiras de Ouro ganharia?
Quantas vezes seria visto pelos quatro cantos do mundo, liderando um time espetacular como o Barcelona de então?
É possível afirmar que Romário é um dos 20 maiores jogadores de todos os tempos.
Se tivesse ficado na Europa, seria um dos dez melhores jogadores de todos os tempos.
Indubitavelmente.
Sem contar que não teria as seguidas contusões na panturrilha que teve ao voltar a jogar no Brasil, pois estaria jogando em um local onde há um calendário decente…
Romário ficaria mais uns anos na Europa e, depois, poderia desfrutar a vida no Rio de Janeiro.
Não o fez, acabou se prejudicando.
Ah, Baixinho, “deu mole”, peixe!
O BRASIL CHORA A PERDA DE RENÊ WEBER
Por André Luiz Pereira Nunes
O ex-meio-campo e técnico, Renê Carmo Kreutz Weber faleceu na manhã desta quarta-feira (16), em decorrência da Covid-19. O gaúcho, radicado no Rio, tinha 59 anos e seu último trabalho profissional foi o de auxiliar-técnico de Paulo Autuori no Botafogo, clube pelo qual se sagraram campeões brasileiros em 1995. Ele estava hospitalizado desde o início deste mês na unidade de terapia intensiva do Hospital São Lucas, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. O falecimento ocorreu às 5h50 de hoje. Weber havia apresentado sintomas da doença no último dia 23 de novembro. Diagnosticado com coronavírus, foi internado cinco dias depois e teve o seu quadro de saúde agravado nos últimos dias.
Botafogo, Fluminense, Cruzeiro, America, Sporting Cristal, São Paulo e Internacional foram alguns clubes que manifestaram o seu pesar pelas redes sociais. O Tricolor das Laranjeiras relembrou os títulos de Renê como atleta, entre os quais, o de campeão brasileiro, em 1984, e tricampeão estadual em 1985.
“O Botafogo lamenta profundamente a morte de Renê Weber, ex-auxiliar do clube nesta temporada e campeão brasileiro em 95. Profissional de alto nível, Renê era querido por todos, zelava pela excelência no trabalho e manutenção do bom ambiente. Ele foi mais uma vítima da Covid-19″, declarou o clube, no Twitter. Renê deixara a comissão técnica do time alvinegro em outubro, após o contrato do técnico Paulo Autuori ser rompido.
Como atleta, defendeu times como Internacional, Fluminense e America. Encerrou a carreira no Arraial do Cabo, agremiação pela qual passou à função de treinador. Anteriormente jogara por anos no futebol português, defendendo as cores do Vitória de Guimarães. Como técnico, comandou a Seleção Brasileira sub-20. Ainda foi coordenador técnico do São Paulo. Em 1997, participou da conquista da Copa Libertadores da América pelo Cruzeiro como auxiliar de Autuori.
Sem dúvida, o seu auge como jogador foi mesmo pelo Fluminense a ponto de na época ter sido convocado para a Seleção Brasileira que se sagrou medalhista de prata, em 1984, nas Olimpíadas de Moscou.
O Museu da Pelada se solidariza com a dor da família, amigos e amantes do futebol bem jogado que hoje choram a perda do profissional e amigo.
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