por Elso Venâncio
Desde Barbosa, no famoso Expresso da Vitória, o Vasco mantém a tradição de ter grandes goleiros. Na década de 1980, por exemplo, surgiu o paredão Acácio, após as lendas Andrada e Mazarópi. É sobre ele que vamos falar hoje…
Acácio, nasceu numa família vascaína, em Campos dos Goytacazes, e começou jogando nas categorias de base do Americano. Se tornou profissional aos 17 anos, sendo emprestado ao Rio Branco e depois ao Goytacaz, até chegar ao Serrano. Numa partida histórica, pelo Campeonato Carioca de 1980, ele fechou o gol na vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo de Zico, Júnior e cia. Anapolina anotou o único gol da partida. Era uma quarta-feira à noite, com chuva e neblina em Petrópolis, e o Flamengo entrou em campo com a base do seu maior time da história, que seria campeão do mundo no ano seguinte, em Tóquio: Raul; Leandro, Luís Pereira, Marinho e Júnior; Vitor, Adílio (Andrade) e Zico; Tita, Anselmo e Edson (Júlio César Uri Geller).
Na opinião do goleiro rubro-negro, Acácio fez o jogo da sua vida. “O que Acácio fez no campo enlameado foi sobrenatural”, afirmou Raul, ídolo do Flamengo e do Cruzeiro.
Em pouco tempo, Acácio seria transferido para o Vasco, do qual se tornou titular. Inclusive, foi campeão carioca em 1982, com vitória vascaína sobre o arquirrival Flamengo, por 1 a 0, gol do ponta Marquinhos, de cabeça. Nessa partida, Acácio defendeu um chute forte de Zico, cara a cara, e garantiu o título. Também foi campeão em 1987 e bi em 1988, com o famoso gol de Cocada. Sua maior conquista, entretanto, ocorreu em 1989, com o título brasileiro ao lado de Bebeto, Mazinho, Bismarck. No jogo decisivo, outra vitória por 1 a 0, mas diante do São Paulo, no Morumbi.
Na época dos torneios de verão na Europa, em que os maiores clubes do mundo se enfrentavam, Acácio participou do tricampeonato do Vasco no célebre Troféu Ramón de Carranza, disputado, em Cádiz, na Espanha. O Vasco é a única equipe brasileira a conquistar o título três vezes consecutivas, em em 1987, 1988 e 1989.
Convocado à Seleção Brasileira, Acácio disputou alguns jogos, sendo reserva imediato de Taffarel na Copa América de 1989 e na Copa do Mundo de 1990, na Itália. Deixou o Vasco em 1991, após uma década, para defender o Tirsense de Portugal. Quem o substituiu foi Carlos Germano, segundo jogador que mais vestiu a camisa cruzmaltina, em 632 jogos. Roberto Dinamite, o ídolo maior do Vasco, atingiu a marca impressionante de 1110 partidas.
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