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LIGA DOS CAMPEÕES? PREFIRO O FILME DO PELÉ

12 / setembro / 2017

por Mateus Ribeiro


Hoje começa a fase de grupos da Liga de Campeões da Europa. E eu vou ser bem sincero e direto: eu ABOMINO esse torneio, e tudo que o cerca nos últimos anos.

Eu não tenho o mínimo de saco para ler ou assistir qualquer coisa que fale desse torneio. É claro que eu não sou nenhum idiota desses que fica no mantra do ódio eterno ao futebol moderno e boicota tudo que envolve o futebol europeu. Mas acontece que o torneio que antes era um dos mais legais do planeta, se tornou um verdadeiro chute no saco, por inúmeros fatores, que irei destrinchar abaixo. Vamos lá!

1: O Clubinho Espanhol: Qualquer ser humano com o mínimo de bom senso sabe que o dinheiro manda no futebol. Nos últimos anos, essa ditadura ficou escancarada. Acontece que essa ditadura tornou o torneio continental europeu um clube fechado nos últimos anos: Real Madrid e Barcelona se revezam na hegemonia do torneio nos últimos quatro anos. Fora isso, sempre aparece algum infeliz pra tomar pau na final. Juventus e Atlético de Madrid se revezaram nessa função. Esse ano, talvez apareça algum outro clube sonhador na final para apanhar de algum desses clubes, ou do badalado Paris Saint Germain, que é o próximo assunto a ser falado.


2: Paris Saint Germain: Um time de terceiro escalão europeu, que de um tempo pra cá vendeu a alma para o Demônio, ficou rico e se encheu de Campeonato Francês. Esse é o PSG, que se já contava com o maior bunda mole do futebol mundial (o tal de Thiago Silva), esse ano tratou de transformar seu elenco na maior boyband do planeta, ao trazer a dupla mais insuportável do futebol mundial, formada por Daniel Alves e Neymar. A imprensa brasileira, que normalmente menospreza a inteligência do telespectador, transformou a grade esportiva em um verdadeiro Diário de Paris. Ninguém quer saber do que o Neymar fez, ninguém perde tempo assistindo o Campeonato Francês, e se o clube ganhar o torneio, não fará mais que sua obrigação, após gastar o olho da cara para montar um pseudo esquadrão.

Vale lembrar que em 2011, Ibrahimovic chegou com a mesma panca de Neymar, e que naquela palhaçada do Camp Nou ano passado, além da arbitragem desastrosa, uma coisa ficou bem clara naquele filme patético que tentaram transformar em épico: time pequeno jamais será time mediano. E time mediano sempre vai arregar na hora de ser grande.


3: A cobertura da imprensa: Alguém esqueceu de avisar a galera dos canais e sites que a Europa vai além de França, Espanha e Gabriel Jesus. Ligue a TV, sintonize em algum canal que detém os direitos do torneio. Se quiser piorar a situação, sintonize algum canal de TV aberta que transmite o torneio. Arrisco a dizer, aliás, que um desses canais vai passar todos os jogos do time do Neymar, com direito a cobertura especial.

Eu entendo que dinheiro e audiência são importantes. E tenho noção de que existe uma grande parcela da população que acha o máximo três canais passando a mesma partida, ao mesmo tempo. Porém, pelo amor dos Deuses do Futebol, existem oito grupos, opção de jogo competitivo é o que não falta. E garanto pra você que ao mesmo tempo que existe quem ache o máximo passar o Real Madrid ou o Barcelona enfiando 25 gols em time da Estônia, existe quem goste de ver um Manchester United x Juventus disputado.

Quando chega nos jornais e nos debates, a coisa fica pior ainda. Os congelamentos de imagem mostram um lance, e os entendidos que nunca chutaram uma bola,  idolatram o 4-1-4-1, e acham que a Espn inventou a crônica esportiva passam horas falando sobre esse bendito lance, como se o time realmente passasse 90 minutos jogando daquela maneira. A turminha do Trivela deve endeusar esses cidadãos, e falar sobre a marcação alta do “Meu City” para todo mundo do clube, ou para os amigos do PUB. A grande verdade, é que como o torneio, a mídia especializada que o cobre é uma grande chatice.

4: O Pachequismo: Eu simplesmente não suporto a ideia de narrador ter um surto a cada vez que um brasileiro toca na bola. Seja o narrador, o apresentador do jornal da hora do almoço, ou a pessoa que escreve no site, tudo o que brasileiro fizer sempre será exaltado. Conforme já disse, não é uma prática comum por parte da imprensa brasileira respeitar a inteligência do seu público consumidor, mas ler matérias do naipe de “veja só como José da Silva Sauro participou do quinto gol do Arsenal”, quando na verdade o fulano citado bateu o lateral.

Quando sai gol então, a coisa atinge níveis absurdos. Se o gol for marcado pelos dois namoradinhos do Brasil (Neymar e Gabriel Jesus), pode se preparar. No caso desse gol ser realmente importante, corra para as colinas, pois teremos uma cobertura maior do que a da Lava Jato.


5: A eterna briga Messi x Cristiano Ronaldo: Existem duas brigas que me rendem boas risadas, ao mesmo tempo que me fazem perder a fé na humanidade: a briga entre fãs do MBL contra os fãs do Lula e a treta entre fãs do argentino e do português. Tá certo que se tirar os dois, sobra pouca coisa de relevante no futebol atual, mas dói o olho ver essa eterna comparação. Até porque comparação normalmente sai do nada e vai até lugar algum.

Para encerrar, eu deixo claro que não sou maluco a ponto de achar que o torneio é ruim. Apenas não o acho interessante. Tampouco competitivo, sobretudo nos últimos anos. E essa tendência tende a ficar cada vez mais forte.

A soberania sempre existiu, e sei disso. Antes, com o Ajax, depois com times ingleses, e nos 80/90, com o Milan. Porém, em cada uma dessas épocas, tempos depois, o torneio ficou mais democrático. O que estamos vivenciando aparenta ser uma sucessão de dinastias, todas comandadas pelos clubes que mais possuem dinheiro, seja ele limpo ou não.

Somando isso com toda essa cobertura insuportável da imprensa pacheca, mal informada e sem compromisso, eu, sinceramente, prefiro assistir o filme do Pelé, ou qualquer episódio do Chaves, do que assistir a Liga de Campeões do Clubinho Fechado.

Aquele abraço, e boa sorte pra quem vai acompanhar o torneio.

 

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