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MEMÓRIAS DA AREIA

26 / dezembro / 2018

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Como todos sabem sempre fui festeiro e adorava as noitadas cariocas. E quando chega essa época do ano é impossível não lembrar dos eventos que aconteciam na praia e reuniam milhares de pessoas. Era uma multidão para assistir os torneios de futebol de praia – beach soccer é o ca…. – e até mesmo nossos jogos festivos.

Posso dizer que joguei em todos os pisos porque, menino, corria atrás da bola no paralelepípedo da Aníbal Reis, em Botafogo, de lá fui para o futebol de salão – futsal é o ca… – e em seguida para o gramado do Botafogo, que conciliava com a praia. Sou Columbia F.C!

Logo após ser campeão do mundo, em 70, eu e meu irmão Fred organizávamos partidas sensacionais, que contavam com várias estrelas. Nelinho, Zico começando, Samarone, Dadá Maravilha e tantos outros. Mas, a areia também era recheada de estrelas… do mar, Kkkkk!!!!

Os anos 60/70 foram mágicos! Eu era do Leblon, mas Ipanema lançou Tom Jobim, Helô Pinheiro, Vinicius, o Píer, o fio-dental e os seis irmão boleiros do Lagoa: Gugu, Paulinho, Jonas, Dadica, Marcelo e Fernando. Foram campeões em 1964. Tempos depois ganharam pelo Montenegro.


Em 1965, quem papou o título foi o Copaleme, da famosa zaga Pellicano e Canolongo. O Columbia também teve seus dias de glória, assim como o Porongaba, o Juventus, de Junior, o Guaíba, de Leoni, o Tatuís, de Tuca, o Radar, de Eurico Lira, e o Maravilha, de Armando Monteiro.

O Lula, do Lagoa, foi o maior que vi! Pior que o levaram para um teste no Botafogo quando eu já estava lá! E éramos da mesma posição, fiquei preocupado, Kkkkk!!!! Mas não vingou na grama. Vários não se adaptavam ao piso e chuteiras.

O goleiro Renato saiu do Lá Vai Bola para o Atlético-MG e o cracaço Tubarão, do Copaleme, para o Santos. As partidas eram assistidas por vários técnicos do futebol profissional, jornalistas, como Fernando Calazans e José Trajano, e celebridades, como Chico Anysio, Miéle e Milton Gonçalves. As partidas eram apitadas por Arnaldo Cezar Coelho e há relatos de que em algumas ocasiões ele precisou fugir nadando da ira da torcida, Kkkk!!!

Ah, outro que treinou no Botafogo foi o lendário Geraldo Mãozinha. Raphael de Almeida Magalhães também jogou demais, assim como Santoro, do Lá Vai Bola. O campo do Columbia era o último da praia, na subida da Avenida Niemeyer. O mais bacana é que muitos jogadores eram do Vidigal. Essa integração morro e asfalto sempre ocorreu no futebol de praia. Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme, Tabajaras, em Copacabana, e Cruzada São Sebastião, no Leblon. E o futebol era misturado com muita música e escolas de samba.


Os torneios de futebol de praia faziam parte do calendário carioca. Também tinha a linha de passe com goleiro e o famoso jogo dos brancos contra os pretos. Nunca perdi, Kkkkk!!!! Tudo sem maldade ou preconceito. A praia sempre me revigorou, me deu preparo físico e amigos.

Fim de ano é o momento de mentalizarmos positivamente e peço para Iemanjá, a Rainha do Mar, que traga toda essa pureza de volta porque nosso futebol depende dela para sobreviver. 

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