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COMO CONHECI PC CAJU

17 / março / 2019

por Luis Filipe Chateaubriand 


Em 1980, aos dez anos de idade, entrava no Maracanã pela segunda vez para assistir um jogo de futebol, mas iria assistir pela primeira vez um jogo do clube do qual sou torcedor. Jogavam, em um domingo, América x Vasco da Gama, no Maracanã.

O jogo foi bom, movimentado, disputado. Tanto o time do América como o time do Vasco eram bons.

O ponta direita Wilsinho fez 1 x 0 para o Vasco no final do primeiro tempo. O centroavante Luisinho empatou para o América, 1 x 1, por volta de 20 minutos do segundo tempo, e o lateral esquerdo Marco Antônio fez, de falta, o gol da vitória vascaína, 2 x 1, faltando uns dez minutos para o jogo acabar.

Foi divertido assistir ao jogo, ver meu time vencer, meio estranho ver a torcida xingar o juiz (o garoto de dez anos ainda não era acostumado com essas malcriações…), mas o que foi legal mesmo foi ficar observando Paulo Cesar, o Caju, em campo.

O primeiro detalhe que me chamou atenção foi que, enquanto os outros jogadores jogavam com a camisa para dentro do calção, PC colocava a camisa para fora. A camisa, assim, cobria o calção todo, parecia que o Caju esta usando um vestido com a cruz de malta. O visual engraçado mostrava a irreverência do craque…

Mas havia outro detalhe que merecia mais atenção ainda: ao contrário dos outros jogadores, que quando recebiam a bola sempre davam passes laterais curtos ou até para trás, ao recebê-la o Paulo Cesar sempre tentava algo inusitado, diferente, inesperado. Ou era um passe em profundidade. Ou um drible inventivo. Ou um arremate inesperado.


O cara não corria muito, mas botava a bola onde queria! Parecia que tão somente sua presença majestosa já intimidava os adversários.

Esse foi um jogo comum de Paulo Cesar Caju, já caminhando para o fim de carreira. Dizem que, no Vasco, jogou muito pouco em relação ao que havia jogado no Flamengo, no Botafogo, na Seleção Brasileira e, especialmente, na Máquina Tricolor – times que não tive o prazer de acompanhar, ou porque não era nascido, ou porque ainda era muito novo e não entendia futebol.

O fato é que fico cá a pensar com meus botões: se o PC Caju majestoso que vi no Maracanã em 1980, já com mais de 30 anos, era essa bola toda, o que não teria sido o PC Caju de antes? Minha Nossa Senhora!

Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há 40 anos e é autor da obra “O Calendário dos 256 Principais Clubes do Futebol Brasileiro”. Email:luisfilipechateaubriand@gmail.com.

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