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BAIXINHO TINHOSO

11 / novembro / 2016

por Victor Kingma


Mario Vianna apitando a final do Campeonato Pernambucano de 1954, entre Nautico e Sport.

Nos anos cinquenta, Mario Vianna, com dois “enes”, como sempre frisava, era um dos melhores e mais severos árbitros do Brasil.

Certa vez, escolhido a dedo para apitar uma problemática decisão no interior mineiro, levava o jogo com a costumeira autoridade. Entretanto, após marcar uma falta perigosa para os visitantes, foi cercado por vários jogadores locais que ameaçavam agredi-lo.  

Destemido, e forte como um touro, Mário Vianna encara todo mundo e, de peito estufado, esparrama o bolo de jogadores que se formava.

Todos acabam afinando perante à enérgica reação do truculento árbitro e vão se afastando do local da cobrança. Porém, Tampinha, o veloz ponta direita do time, de apenas 1,55 m de altura, o mais revoltado com a marcação, parte ferozmente em sua direção.

Mário Vianna, então, o recebe com uma tremenda peitada que o joga lá no alambrado do pequeno estádio.


Mario Vianna, Evaristo e Puskas antes da partida Flamengo x Honved da Hungria, em 1957.

Enquanto Tampinha, atordoado, era socorrido na lateral do campo, o experiente juiz ordena que a partida fosse reiniciada e a cobrança da falta realizada.

Cinco minutos depois, ao ver o jogador recuperado do knockdown, Mário Vianna se dirige à beira do campo e, como se fosse um juiz de boxe, faz sinal para ele voltar à luta, ou melhor, ao jogo.

– Não vai expulsa-lo seu Mário, tentou agredí-lo? – pergunta o bandeirinha.

–  Vou não! Este pontinha é dos meus. Provou que é valente. É baixinho, mas é tinhoso!

E conclui:

–  Além do mais, não fiz grande esforço para acalma-lo. Com certeza ele não vai me perturbar mais. Pode deixar ele voltar pro jogo.

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