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AJAX, O GRANDE… EXEMPLO

24 / fevereiro / 2021

por Idel Halfen


O clube holandês Ajax poderia render excelentes artigos em função de alguns fatos históricos.

A origem do nome do clube é uma delas. Fundado sob o nome de Union, mudou para Ajax influenciado por um herói da mitologia grega: Ájax, o Grande.

Outra curiosidade é o apelido “Joden” – judeu em holandês -, em função da localização do seu estádio antes da Segunda Guerra, cujo acesso passava por um bairro judeu. Ainda que alguns torcedores de equipes rivais se utilizem de canções anti-semitas nas partidas contra o Ajax, parte de sua torcida encampa o apelido a ponto de levar bandeiras de Israel ao estádio.

O próprio desempenho esportivo e sua influência no futebol mundial seriam boas fontes de artigos, porém, preferiremos focar aqui em algo que não fuja da proposta do blog, que é discutir marketing & gestão, o que nos leva a explorar mais uma vez a necessidade de os clubes terem objetivos grandes e de longo prazo, sendo o Ajax um ótimo exemplo.

O clube holandês ao notar que sua competitividade perante aos rivais europeus já não é a mesma de outrora – o time é detentor de quatro títulos da Champion League e três mundiais de clubes, o último em 1994/95 – aceitou abrir mão de parte de sua cota referente aos direitos de transmissão do campeonato holandês em prol dos demais clubes.

Com esta iniciativa, o Ajax espera que o campeonato holandês fique mais qualificado, já que os adversários teriam melhores condições de reforçar seus times e, consequentemente, atrair o interesse do mercado estrangeiro.

Este maior interesse renderia uma melhor comercialização dos direitos de transmissão internacional, aumentando o faturamento e promovendo um círculo virtuoso que daria ao clube um orçamento mais significativo que, se bem gerido, propiciaria a buscada competitividade.

Embora seja um raciocínio simples, há que se ter uma boa dose de inteligência para acompanhá-lo e, mais ainda, para segui-lo.

A reprodução de algo minimamente parecido no Brasil parece fora de cogitação. A falta de união dos clubes e a miopia de grande parte de seus gestores, nos leva a acreditar que só entenderão o quão incompetentes estão sendo quando a audiência do campeonato brasileiro estiver restrita aos torcedores de poucos clubes.


Eventuais tentativas de reversão deste quadro que se aproxima, podem vir tarde demais, quando talvez os atuais torcedores das equipes com menor orçamento estejam direcionando seu tempo e dinheiro para outras modalidades esportivas e/ou de entretenimento.

Quanto aos clubes que mais faturam, estes terão que se contentar em participarem – sem chances concretas de vitórias – de competições internacionais importantes, contratar jogadores sem mercado na Europa e perder suas jovens promessas para equipes internacionais.

Isto sem falar nos reflexos que esta “concentração de riquezas” causa na seleção.

Há quanto tempo o Brasil não ganha uma Copa? Há quanto tempo um clube brasileiro não ganha um Mundial de clubes?

Não é coincidência. Acreditem!

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