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RENÊ SIMÕES TINHA RAZÃO

18 / setembro / 2017

por Mateus Ribeiro

Voltemos no tempo. Sete anos atrás, mais precisamente. Setembro de 2010.

Em partida válida pelo Campeonato Brasileiro, o Santos bateu o Atlético Goianiense por4a 2. Porém, o placar não importa muito.

Já no final da segunda etapa, com o placar marcando 3 a 2 para o Peixe, o time da Vila Belmiro teve um pênalti marcado a seu favor. O treinador Dorival Junior ordenou que Marcel cobrasse. Neymar, em sua segunda temporada como profissional, bateu o pé, deu escândalo e falou cobras e lagartos para Dorival. Tudo isso porque queria bater a penalidade. Dorival não cedeu, Marcel fez o gol, e o atual atacante do PSG saiu de campo extremamente irritado, soltando inúmeros impropérios pra cima de Dorival.

O técnico do time adversário, Renê Simões, que viu tudo de perto, previu o futuro. Para quem não se lembra, vale refrescar a memória.

Pois bem. Sete anos se passaram. Na verdade, sete anos e dois dias, já que Santos e Atlético Goianiense jogaram dia 15 de setembro de 2010, e o PSG recebeu o Lyon dia 17 de setembro de 2017.

Tinha tudo pra ser mais um jogo sem graça do campeonato mais insosso do planeta. É bem verdade que o único time do futebol francês venceu por 2 a 0. Mas poderia ser 3. Só não foi porque Cavani desperdiçou uma cobrança de pênalti. Seria um lance normal de jogo, afinal, quem nunca errou? Só que não foi normal.


Daniel Alves entrega a bola para Neymar

Tal qual sete anos atrás, o queridinho do futebol brasileiro fez biquinho porque queria cobrar o pênalti. Esqueceu por um momento que o treinador havia determinado que o uruguaio é o cobrador oficial do time. Um pouco antes, um lance parecido (e constrangedor): o PSG tinha uma cobrança de falta perto da grande área. Cavani quis bater. Eis que entra em ação um dos maiores PANACAS da historia do futebol, o tal de Daniel Alves. O lateral, provando que é “parça” de Neymar, segurou a bola, como se a estivesse escondendo de Cavani, e entregou para o atacante brasileiro perder. Uma cena típica de futebol na escola. Uma atitude patética, egoísta e desnecessária. Qualidades estas, aliás, que se encaixam bem na citada dupla de amigos.

Renê Simões estava coberto de razão. Criaram um monstro. É claro que Neymar é o melhor jogador brasileiro em anos, e um dos melhores do planeta, isso é indiscutível. Porém, sua postura como profissional sempre foi contestável. Desde o começo de sua carreira, Neymar se mostrou um tanto quanto arrogante, e se não for o centro das atenções, desce do salto.


Neymar pede a bola para Cavani

Ontem, deu mais uma prova de que o tempo não muda ninguém. Ainda mais se nesse meio tempo, todo mundo passar a mão na cabeça a cada erro cometido. Assim foi com Neymar. Sempre quis ter o mundo a seus pés. Com o apoio da maior rede de televisão do Brasil, ajudando um povo alienado por natureza a transformar esse cara com o mesmo carisma de um copo plástico em ídolo, tudo ficou mais fácil. Em sete anos, fez, aconteceu, se mostrou apenas um mimado desacostumado a ouvir não, e que não respeita ninguém.

Pode se tornar o maior jogador do mundo, depois que os dois postulantes eternos ao duvidoso prêmio pendurarem as chuteiras. Pode ser o nome do hexacampeonato. Pode até fazer mais gols que Pelé, já que foi jogar naquele campeonato amador gourmet (com todo respeito aos campeonatos amadores pelo mundo), justamente para ser o centro das atenções, fazer um milhão de gols e continuar sendo o dono da bola. Ele pode ser tudo isso. Mas vai continuar sendo um profissional da pior qualidade.

Renê Simões tentou avisar. Ninguém deu ouvidos. Agora, que durmam com esse barulho.

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