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REI DO PARANÁ

2 / junho / 2017


Ídolo do futebol paranaense, Madureira enfrenta o Ademir da Guia

Se hoje em dia o futebol paranaense está em alta, muito se deve a Carlos Roberto Ferreira, ou simplesmente Madureira. De uma geração que colocou o Brasil em outro patamar no mundo da bola, o craque foi, sem dúvidas, um dos maiores ídolos do futebol paranaense nos anos 60. Entre seus maiores feitos está um gol antológico que garantiu a vitória contra o Santos de Pelé.

Com passagens por grandes clubes como Vasco e Palmeiras, Madureira ganhou destaque pelas atuações nos times do sul. Antes de se tornar ídolo por lá, no entanto, tentou a sorte no Rio de Janeiro, cidade natal. E, como todo boleiro que se preza, era um verdadeiro fominha das peladas.

– Jogava em campos de terra, no bairro Santo Cristo, próximo ao condomínio onde morávamos. Meu primeiro treino foi no América-RJ, aos 15 anos, na equipe juvenil.

A intensa rotina de treinos no clube carioca deixava o menino exausto e, por isso, em uma das idas, dormiu no bonde número 39 (Santo Cristo – Leopoldina), perdeu a atividade do dia e, se já não fosse o bastante, esqueceu as preciosas chuteiras. Vale destacar que o par havia sido dado pelo pai de presente de aniversário.


– Me acordaram já no ponto final, aos gritos. Além de não poder treinar naquela tarde ainda levei uns tapas de meu pai, quando cheguei em casa e contei-lhe do ocorrido – revelou em sua biografia “Madureira Craque e Guerreiro”.

Após dar baixa no exército, aos 18 anos, viajou para o sul com o sonho de se tornar jogador profissional na bagagem. Com uma garra além do normal, uma das suas maiores virtudes, se profissionalizou pelo Grêmio em 62 e começou a escrever sua história no futebol.

A passagem pelo Grêmio terminou em 64, ano em que o craque se transferiu para o Metropol, de Santa Catarina, e ganhou muita visibilidade no cenário nacional. Embora não seja um clube muito conhecido na atualidade, o Metropol teve anos gloriosos na década de 60, coroados com incríveis cinco títulos estaduais.

– Foi uma passagem muito marcante e vitoriosa. Tive a felicidade de ser bicampeão estadual e sul-brasileiro. Também fui artilheiro e eleito o melhor do ano algumas vezes.

Valorizado no mercado, recebeu, alguns anos depois, uma proposta irrecusável do Ferroviário, um dos embriões do Paraná, e logo se tornou ídolo, caindo nas graças da torcida. A passagem pelo clube paranaense, aliás, foi eleita por ele como um dos momentos mais felizes da carreira.

Outro momento inesquecível, obviamente, foi o golaço histórico na noite de 8 de setembro de 1968. Atuando pelo Atlético-PR, Madureira comandava o ataque da equipe na dura batalha diante do Santos, que não contava com Pelé, machucado. Ao receber uma bola na esquerda, o atacante driblou Carlos Alberto, Joel Camargo e o goleiro Claudio, antes de mandar um tirambaço e estufar a rede. O gol de placa garantiu a vitória contra o Santos, na Vila Capanema, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa.

– Não conquistamos o campeonato, mas foi uma das melhores campanhas da história do clube em campeonatos nacionais. O gol é considerado um dos mais bonitos da história do futebol brasileiro.


Por fim, ao ser perguntado se tinha noção da importância dele para o futebol paranaense, onde realizou grandes feitos, o craque revelou que demorou para a ficha cair.

– Na época em que jogava não tinha a real noção do meu valor. Hoje em dia, após tantas homenagens, me sinto orgulhoso por fazer parte da história.

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