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GOL COM GOSTO DE PEIXE

12 / abril / 2017

por Serginho 5Bocas

Aquele campeonato de futebol de campo que o várzea organizou em 1992 foi histórico para o time das 5bocas.

Fomos campeões invictos com uma campanha de seis vitórias e um empate, tendo ainda o melhor ataque com 28 gols, a melhor defesa, sofrendo apenas cinco, além da artilharia do atacante Ivan. Mas o melhor daquele campeonato foi a partida final, no dia 21 de julho de 1992.

Estávamos embalados e todo mundo queria jogar naquele time. Se não me engano e não me falha a memória, a escalação do esquadrão era essa aí embaixo:

Fernando (o português), Manel (caolha), Paulão (Aldair), Jorjão e Pezão; Marcelo (cabeção), Serginho (5bocas) e Jaime (Vanusa) Alexandre, Anibal do Engenhão ou Ivan e Jurandir.


Na final, vencemos o Urupema por 7×2, com um esquema 4-3-3 para lá de ofensivo, com uma zaga firme que arrepiava quando precisava, com dois pontas bem abertos e um meio de campo leve e de muito toque de bola.

O melhor da história foi que no intervalo, quando o jogo já estava uns 3 ou 4 a zero para nós, Arnaldo (o pepeta), mistura de técnico, mecenas e reserva de luxo, lançou o desafio: vou entrar no meio do segundo tempo e se alguém me der o passe para marcar um gol, vou bancar todo o peixe e a cerveja que o time for capaz de consumir.

Arnaldo entrou com uns dez minutos da segunda etapa e acho que ele nunca recebeu tanta bola para fazer gol, só que um misterioso azar o perseguiu durante toda a partida. O cara chutava, cabeceava e nada, a bola não queria ajudar a rapaziada a comer um pescado de jeito nenhum.

Um desespero já tomava conta de todos quando lá pelas tantas, pênalti para o nosso time e quando eu já me preparava para cobrá-lo, como em todos os jogos, a “fera” chegou perto de mim e ordenou: deixa que eu faço!

Quem sou eu para minar tanta convicção? Tudo pela causa.

Não vi mais nada, só sei que o “pepeta” fez o gol de pênalti meio chorado e nunca na história deste país se viu tanta comemoração por um gol, mesmo que tenha sido o sétimo de uma sonora goleada.

De noite, a peixada comeu solta, regada a muita cerveja gelada e refrigerantes tudo na conta do Arnaldo.

Nunca um gol teve tanto sabor….de peixe!

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