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FATALIDADE É O QUE NÃO SE PODE EVITAR

27 / fevereiro / 2019

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


(Foto: Marcelo Tabach)

A palavra da vez é jurisprudência. Ela foi repetida diversas vezes pelo presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, durante sua tão esperada coletiva. Tive que recorrer ao dicionário para entender o seu real significado.

Sempre ouvi os mais velhos falando que prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém! Está lá. Vem do latim: jus de justo e prudência, essa mesma que os nossos avós vivem pedindo para termos e o Flamengo não teve. Na verdade, se algum clube tem desconheço.

Quando joguei no Grêmio, os alojamentos eram sob as arquibancadas, no Vasco não é diferente. Funciona assim, os pais sabem, os jogadores se submetem e os dirigentes e empresários aproveitam-se disso. Mas quando acontece uma tragédia o clube, precisa posicionar-se e não usar essa tal jurisprudência de escudo.

O presidente Rodolfo Landim estava descontraído, riu, brincou com jornalistas e fez questão de “responder” todas as questões. Foi justo, como ensina o jus da jurisprudência. Mas reclamou que as advogadas de algumas famílias vêm tumultuando o processo. Mas ele mesmo carregou seu advogado a tiracolo para a coletiva. Que jurisprudência é essa, que cálculo é esse e de onde foi tirado?


É muito fácil falar que é difícil calcular o valor de uma vida. Apesar de não ser bom em matemática, vou tentar ajudá-lo, presidente. Que tal adotar o mesmo método, mão aberta, usado para contratar o Arrascaeta, sem medo de ser feliz? Ter o mesmo empenho que teve no leilão com a diretoria do Cruzeiro? “Ah, não querem ceder o Arrascaeta, dobro a proposta!!!”. Foi assim com Vitinho, Rodrigo Caio, Bruno Henrique, Diego Alves, Ceifador, Gabi Gol e na renovação de Diego. Foi fácil precificá-los, afinal cobrimos qualquer oferta!!! Por que não arregaçar as mangas e partir para a defesa do valor “dos passes” desses mortos, brigar por eles, valorizá-los, respeitá-los?

Na coletiva, só ouvi valores do tipo “cinco mil de mensalidade”, “duzentos mil de indenização”, cifras que soam como deboche diante a polpuda folha salarial do clube. Vendam um desses tantos jogadores do elenco e resolvam a questão com grandeza. Alguns, garanto, não farão a menor falta.


Fica uma pergunta: o Flamengo vai conseguir contratar algum jogador antes de resolver essa questão das indenizações? Landim, nem sempre contratações milionárias mostram a grandeza de um clube.

Ah, e sobre fatalidade, o dicionário ensina que é destino, o que não se pode evitar. E só a diretoria do Flamengo pode evitar uma tragédia ainda maior e parar de esquivar-se, culpar administrações anteriores e usar a jurisprudência para fugir de suas responsabilidades. A hora, agora, é de precificar o valor dos mortos porque dos vivos vocês são imbatíveis.        

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