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COM ATORES DIFERENTES, UM FILME REPETIDO

30 / agosto / 2017

por Mateus Ribeiro


O São Paulo passa por um momento difícil no Campeonato Brasileiro. Após a derrota para o Palmeiras, o Tricolor se afundou ainda mais na zona de rebaixamento. Pior que isso, viu o Avaí e o Vitória o ultrapassarem na tabela e passou a ser o vice lanterna do Campeonato Brasileiro. Mais do que nunca, o fantasma do rebaixamento parece ter chegado no Morumbi.

O clube, que nunca foi rebaixado, passa pelo momento mais tenebroso de sua história. Além de não conseguir resultados, a equipe também não consegue desempenhar um bom futebol. Não tão bom a ponto de deixar o torcedor pelo menos um pouco mais esperançoso ou tranquilo.

É claro que a camisa e a história do time contam muito, mas não dá para contar apenas com isso. É importante também ressaltar que a torcida faz sua parte, comparecendo aos jogos. Porém, acredite se quiser, para se ganhar jogos é necessário fazer algo mágico: jogar bola. Digo mágico, porque fazer um time com jogadores do porte de Bruno, Rodrigo Caio (mais uma bela invenção da mídia que conseguiu chegar até na seleção), Buffarini, Wesley, Wellington Nem, Edimar e mais alguns outros é tarefa dura. E não adianta misturar esse comboio de pereba com Hernanes (que nos últimos anos não desempenhou nada de produtivo na Europa, e chegou com pompas e supervalorizado). Pouco ajuda também os contestáveis, porém blindados, Cueva e Pratto. Dorival não faz milagres. O ex goleiro do time, que achou que meia dúzia de palestras e passeios na Europa fosse o suficiente pra se tornar treinador, menos ainda.

Assim caminha o São Paulo, que vive o mesmo filme que Corinthians, Palmeiras, Botafogo, Internacional, Grêmio, Atlético Mineiro, Vasco, Fluminense, e tantos outros times estrelaram: o caminho para o abismo.

O roteiro é sempre o mesmo: do lado do otimismo, comentaristas dizendo que ainda existe tempo, torcedores estufando o peito pra falar que time grande não cai (quem diz isso não conhece a história do futebol, e se esquece que Manchester United, Liverpool, Arsenal, Borussia Dortmund, Bayern e Milan já caíram, por exemplo), jornalista torcedor tentando amenizar o cenário e desviar o foco para outros clubes. Já do outro lado, rivais começam a vencer jogos, a bola começa a bater na trave e ir para fora, erros bizarros começam a brotar, erros de arbitragem aparecem a todo instante para prejudicar. Junte tudo isso no liquidificador. Pronto, está feita a receita da desgraça.

Sim, ainda existe tempo para o São Paulo se recuperar. Porém, analisando a tabela, nota-se que o São Paulo acumula quase o dobro de derrotas, se compararmos com o número de vitórias. Além disso, perdeu pontos cruciais contra adversários diretos, alguns desses pontos dentro de casa.

Mudanças drásticas são necessárias, e a diretoria sabe disso muito melhor do que eu ou você. O que não pode acontecer é jogador continuar se arrastando em campo, ganhando salário alto, enquanto torcedor cruza a cidade pra apoiar o time. Talvez seja tarde quando jogadores, comissão técnica, jornalistas e torcedores abrirem os olhos.

O tempo existe. Porém, precisa ser aproveitado, como em qualquer situação da vida. Coisa que o São Paulo não está fazendo. Enquanto isso, os rivais se divertem com esse filme repetido, que todo ano muda de ator. Este ano pela primeira vez, o ator vermelho preto e branco está lutando pelo papel principal. Se continuar como está, vai conseguir.

Aguardemos para ver se, no final do campeonato, esse filme de drama e suspense terminará como terror ou comédia.

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