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ANDRÉ DE NASSAU

4 / dezembro / 2017

por Zé Roberto Padilha


Aprendeu-se a liberdade, combatendo em Guararapes, entre flechas e tacapes facas, fuzis e canhões, brasileiros irmanados…..

Era assim que eu e meu irmão, Flávio, devolvíamos, com um samba de Martinho da Vila, as boas vindas que os meninos guias de Olinda nos davam por suas ladeiras. Assim recebiam todos os turistas. E jogadores de futebol.

Sem senhores, sem senzalas, e a Senhora dos Prazeres transformando pedra em bala, bom Nassau já foi embora, fez-se a revolução…..

O Santa Cruz Futebol Clube fez uma revolução em nossas vidas fluminenses e cariocas. O peixe vinha encomendado cedo aos jangadeiros. E a água de coco era paga por mês, fresquinha no quiosque da orla em frente ao nosso prédio. E o ar puro de Boa Viagem inflava nossos pulmões. E o carinho da torcida coral inflava nossos corações.

E a festa da Pitomba é a reconstituição, jangadas ao mar, pra buscar lagosta e levar pra festa em Jaboatão….

E a cada festa domingo no Arruda tinha o Nunes. Apelidado de “João Danado”, invadia áreas, derrubava retrancas com tiros certeiros e cabeçadas precisas. Era um fenômeno que surgia dentro de campo. E fora dele tinha a aura do nosso zagueiro Lula Pereira. A cara e a alma daquela gente querida e pernambucana.


Vamos preparar, lindos mamulengos, para comemorar a libertação…

As bolinhas iam surgindo na tela. Náutico e o Santa Cruz já haviam sido abatidos. Rebaixados para a terceira divisão. Só restava o Sport a impedir que toda aquela bonita história não desaparecesse como os holandeses. A esperança do futebol brasileiro de não perder uma das suas maiores referências culturais, artísticas e desportivas. O Frevo de Givanildo. O Maracatu de Ramon. E o carisma do Biro-Biro.

Cirandeiro, cirandeiro ó a pedra do seu anel brilha mais do que o sol…

Daí Diego Souza ganha a jogada e alça a bola sobre a área. E André de Nassau a transforma em bala. E afunda a nau campeã. A história do futebol brasileiro não permitiria a ausência daquele povo guerreiro na sua principal competição. E ao apagar das luzes fez-se a libertação. Seja bem-vindo Sport. Sejam bem-vindos nossos torcedores de uma Recife amada e querida.

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