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A OBRA PRIMA CARIOCA DE EL PIBE

17 / janeiro / 2019

por Luis Filipe Chateaubriand


O ano era o de 1989. Era jogada, no Brasil, a Copa América. Quadrangular final do torneio, envolvendo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

Haveria uma rodada dupla no Maracanã: na preliminar, Argentina x Uruguai; no jogo principal, Brasil x Paraguai.

Este signatário chegou cedo ao então “Maior do Mundo”, pois queria assistir à preliminar: nela, estaria presente nada mais nada menos do que Don Diego Armando Maradona, El Pibe, o maior jogador de futebol que o escriba já havia presenciado jogar.

Sendo jogada a preliminar, o estádio ainda não estava lotado. A maioria das pessoas, esperando o jogo principal, conversava nas arquibancadas, praticamente ignorando o que se passava no campo – um sacrilégio, tratando-se de duas seleções campeãs do mundo e maiores rivais do Brasil.

Mas, como diria o poetinha Vinícius de Moraes, “de repente, não mais que de repente”, Maradona recebe a bola no meio de campo e vê o goleiro uruguaio em posição adiantada….

Recebendo a bola do campo defensivo, na lua de meio campo, a mata no peito, posiciona o corpo, a ajeita e desfere um chute alto, em direção ao gol, ali do meio de campo, mesmo.

Como que a perceber o que está prestes a acontecer, a galera para de falar, acompanhando, ansiosa, a trajetória da bola.

Esta voa por todo campo defensivo uruguaio, encobre o goleiro da Celeste, e caprichosamente, bate no travessão uruguaio.

Durante o evento, os assistentes estão emudecidos, a tal ponto que muitos, inclusive este que vos escreve, ouve o barulho da bola a se chocar com o travessão.

Inconformado por não ter feito o gol, que seria antológico, El Pibe bate no gramado, em meio a uma enxurrada de aplausos, de quase todos no estádio, à jogada genial.

Percebe-se que, em poucos segundos, Maradona vê o goleiro adiantado, decide o que tentará fazer, executa o decidido com maestria e, por um triz, não faz o gol que seria, sem dúvida, o maior de sua carreira.

Inspiração pura do maior jogador do mundo dos últimos 40 anos. Sem dúvida, os ares do Rio de Janeiro o influenciaram positivamente…

Ave, Don Diego!

Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há 40 anos e é autor da obra "O Calendário dos 256 Principais Clubes do Futebol Brasileiro".

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