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12 / dezembro / 2015

texto: Sergio Pugliese | fotos: Marcelo Tabach | vídeo: Daniel Perpétuo


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Em nossas andanças pelos campos e resenhas da vida alguns nomes se repetem como um mantra. São jogadores que atingiram um teto e ganharam o status de lendas, craques lembrados por seus feitos anos e anos depois, ídolos que cravaram sua marca no paredão dos melhores de todos os tempos. Um desses mantras é “Pellicano e Canolongo formaram a zaga mais respeitada da praia”, “Pellicano e Canolongo formaram a zaga mais respeitada da praia”, “Pellicano e Canolongo formaram a zaga mais respeitada da praia”. Quem os enfrentou sabe bem, se não entrou pelo cano com um, certamente entrou pelo cano com o outro, sempre na sobra. Dois canos de precisão, que, em 1965, formaram a muralha do Copaleme e levaram o troféu de campeão carioca.

– Jogávamos na bola! – garantiu Pellicano.


Um brinde à Pelicano e Canolongo! | Foto: Marcelo Tabach

Um brinde à Pelicano e Canolongo! | Foto: Marcelo Tabach

– Minha canela não confirma isso – brincou Filé, adversário de peladas, que brilhou nos campeonatos do Aterro, pelo Ordem e Progresso, do Flamengo.

O Museu da Pelada reuniu velhos amigos, no Leme Tênis Clube, para homenagear os zagueiros camaradas, entre eles o chefe da torcida Caiuby, Luisinho, do Embalo do Catete, e Dr Paulo, ponta do Copaleme. Pedro Pellicano abriu o baú da saudade e exibiu, orgulhoso, faixa de campeão e uma antiga camisa, a tradicional amarela e azul. Fotos, aos montes!!! Uma delas mostrava o timaço Jomar, Vitor, Foguete, Camilo, Pará, Tide, Fernando Canolongo, Fernando Francês, Pellicano, Celinho e Pavão. Dava medo!!! 

– E ainda tinha João Santa Rita, o Tubarão, maior craque da praia!!!! – lembrou Leozinho, ex-presidente do Copaleme e excelente contador de histórias.

Mas ele tem razão. “O Tubarão fazia chover!”, “O Tubarão fazia chover!” é um desses mantras ouvidos exaustivamente em nossas resenhas. E fazia mesmo! Fez tanto sucesso, que foi para Santos e, depois, África. O Copaleme era respeitadíssimo! A zaga, nem se fala! Em 66, Pellicano e Canolongo foram convocados para defenderem o time da Caixa Econômica Federal (RJ) contra a agência de Niterói, na preliminar de Brasil x Tchecoslováquia, no Maracanã, em amistoso preparatório para a Copa de 1966. Do Copaleme ainda foram o goleiro Gerson, que jogou na lateral e Osório, único funcionário da CEF. Ganharam de 1 x 0, gol de Tuca, do Tatuís, adversário das areias. O Brasil venceu de 1 x 0, gol de Pelé, que num jogo, em Santos, vestiu a camisa do Copaleme ao lado do saudoso Vitinho. 

– Tá vendo, não fizeram gol neles nem no Maracanã – brincou Luisinho, do Embalo.

Realmente passar pela dupla não era tarefa das mais fáceis. Mas, humildes, elegeram alguns atacantes que davam canseira: Lauro, canhotinho do Columbia e, depois, Velho Pescador, Gugu, do Lagoa, Jorginho, Ivan e César, ponta esquerda, todos do Lá Vai Bola. Na torcida, sempre alguém de peso, como Chico Anysio, Miéle, Milton Gonçalves e os jornalistas José Trajano e Fernando Calazans, que ia ver seu primo Calazans, no aspirante.

– Abre logo essa champa!!! – pediu Filé.

Pellicano e Canolongo estavam posando com cara de mau para Marcelo Tabach, fotógrafo do Museu da Pelada. Filé pediu licença e entregou as taças aos dois que, sorrindo, brindaram aos bons tempos e a alegria de estarem ali, entre amigos, celebrando a vida.    

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