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A SONHADA FINAL

entrevista: Sergio Pugliese | texto: André Mendonça | fotos e vídeo: Daniel Planel 

Após muito esperar o desfecho da tão sonhada final da Libertadores de 2018, que foi parar vai saber como em Madrid, a equipe do Museu da Pelada decidiu tomar suas providências e reuniu River Plate e Boca Juniors em um verdadeiro caldeirão para tentar dar um fim nessa história.

Seguindo a sugestão do parceiro Marcinho Nunes, fomos conhecer a tradicionalíssima loja Botão e Palheta, da fera Hamilton Tavares, na Tijuca, e não perdemos a oportunidade de realizar o clássico do século. Vale destacar que o “estádio” reúne semanalmente craques da brincadeira que marcou a infância de muitos.


– Toda quarta-feira rola esse campeonato aqui! São dois tempos de sete minutos cada e todos jogam contra todos! – explicou o dono da loja, que conta com mais de 33 mil peças de botão na coleção.

Diferentemente da cenas lamentáveis que adiaram a final no Monumental de Nuñez e frustraram as expectativas de milhões de pessoas, o que vimos na Botão e Palheta foi um futebol vistoso e alegre, com efetividade que lembrava os grandes ídolos do passado.

– Em cada jogada só pode dar oito toques na bola e um jogador não pode tocar mais de duas vezes seguidas no lance! – explicou João, o representante do Boca Juniors.

Gyrafa, por sua vez, vestiu a camisa do River Plate e colocou os Millionarios em campo. Times escalados, era a hora da tão esperada final! Antes disso, no entanto, Hamilton encarnou o presidente da Conmebol e deu um verdadeiro show de humor.

– Dá um dinheiro aqui que a gente resolve tudo! O jogo vai acontecer com sol, chuva e nada vai impedir! Futebol é para macho! – esbravejou!

Mal rolou a bola e o River Plate carimbou a trave do goleiro Pato, em um chutaço de longa distância. Não demorou muito e o Boca Juniors respondeu com um golaço de Benedetto, o carrasco do Palmeiras.

De tanto pressionar, o River Plate de Gyrafa chegou ao empate com um toque de categoria de Pablo Aimar e levou a decisão para os pênaltis.


– Agora vocês vão ver como os jogadores de botão têm um alto índice de aproveitamento em cobrança de pênalti! – antecipou, de forma irônica, João.

Os episódios que antecederam o clássico parecem ter mexido com o psicológico dos jogadores, que não conseguiam balançar a rede nas penalidades. Até que chegou a vez de De León, o levantador de taças, que converteu sua cobrança e colocou o River bem próximo do título.

Na hora do Boca cobrar o pênalti que poderia dar fim a essa novela que se arrastou por muito mais tempo do que devia, uma pequena confusão no deslocamento das peças se tornou uma briga generalizada.

– Meu jogador foi agredido! Vou retirar meu time de campo! O Boca vai recorrer!

– Vamos marcar uma nova data! – finalizou Hamilton, com muito bom humor!

O futebol de botão respira!