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TALISMÃ DO CORINGÃO

entrevista: Paulo Escobar | vídeo: Jhonny Jamaica | edição de vídeo: Daniel Planel 

O dia 13 de outubro de 1977 não sai da cabeça da torcida do Corinthians, afinal de contas, um longo jejum era quebrado com a conquista do Campeonato Paulista daquele ano. Autor do heroico gol na decisão, Basílio recebeu a equipe do Museu no Parque São Jorge e relembrou sua trajetória nos gramados em uma resenha de alto nível.

Formado na Portuguesa de Desportos, o ídolo corintiano se orgulha por ter sido treinado pelo saudoso craque Ipojucan, ex-Vasco. Foi ele, inclusive, que descobriu o talento de Basílio, aos 13 anos, em uma peneira.

– Devo muita coisa a ele! Me ensinou muitos fundamentos e, se você notar, o gol que eu faço em 77 é justamente um ensinamento dele. Como você pega uma bola de bate-pronto, o posicionamento do corpo.. – lembrou o Pé de Anjo.

Sua passagem pela Portuguesa durou 10 anos, com altos e baixos, e um dos momentos mais inusitados ocorreu em um duelo contra o Santos de Pelé, em 73! Após um belo primeiro tempo da Lusa, o artilheiro Enéas aproveitou o intervalo para tirar fotos com os torcedores e incomodou Pelé.

O Rei havia mandado dizer que havia todo o segundo tempo pela frente e alertou para o “rapaz” não ficar com aquele entusiasmo. Resultado: o Santos virou para 3×2 e Pelé deu show em campo.

– Cutucamos a onça com vara curta. Vi o Pelé fazer um dos gols mais lindos do Pacaembu!

Antes de deixar a Portuguesa para vestir a camisa do Corinthians, no entanto, Basílio foi sondado duas vezes a pedido do craque Rivellino, mas as negociações travaram. Em 75, finalmente se transferiu para o Parque São Jorge para substituir, por ironia do destino, o Reizinho do Parque.

No novo clube, sofreu duas lesões graves que por pouco não interromperam sua carreira. A primeira foi logo nos primeiros jogos com a camisa alvinegra, quando sofreu uma pancada na cabeça e teve uma convulsão. Alguns meses depois, levou uma entrada violenta e fraturou a perna.

– Tive esses acidentes de percurso antes daquele momento de alegria!

Naquela altura, o Corinthians amargava um jejum de títulos que durava mais de 20 anos e parecia amaldiçoar o Parque São Jorge. Em 76, após eliminar o Fluminense com direito a invasão corintiana no Maracanã, o alvinegro perdeu a decisão do Brasileiro para o Internacional.

O ano seguinte estava cercado de expectativas e o Campeonato Paulista passou a ser o foco do Timão. Após um início ruim no torneio, o Corinthians arrancou, venceu os adversários diretos e contou com tropeços dos rivais para chegar à decisão contra a poderosa Ponte Preta.

Aos 37 do segundo tempo daquela final, após cruzamento de Zé Maria e bate rebate na área, Basílio pegou a sobra e estudou a rede para explodir os 86.677 torcedores que enfeitaram o Morumbi de preto e branco.

– De lá para cá foi só alegria! – comemorou!